74640

DESIGUALDADES NA UTILIZAÇÃO DE ATENDIMENTO MÉDICO DE IDOSOS BRASILEIROS SEGUNDO CARACTERÍSTICAS SOCIAIS, DO FINANCIAMENTO E DO CONTEXTO MUNICIPAL

Favoritar este trabalho

Objetivo: avaliar desigualdades na utilização de atendimento médico de idosos brasileiros segundo características socioeconômicas dos indivíduos, porte populacional e cobertura de Estratégia Saúde da Família (ESF) dos municípios e natureza do financiamento (convênio, particular e SUS). Métodos: Estudo transversal de base populacional com 6.624 idosos com mais de 60 anos, residentes em áreas urbanas de 100 municípios de 23 estados brasileiros, nas cinco regiões geopolíticas. Investigaram-se as desigualdades na utilização de serviços médicos ambulatoriais nos três meses prévios a entrevista. Foi realizada análise hierarquizada utilizando-se regressão de Poisson. Resultados: A prevalência de utilização de atendimento médico foi de 46% (IC95% 44,8-47,2), sendo o SUS a maior fonte de financiamento das consultas em todos os grupos de porte. A utilização de consultas médicas foi maior em mulheres, pessoas com maior escolaridade, com melhor posição de classe econômica, residentes em municípios de maior porte populacional e com menor cobertura de ESF. Identificou-se aumento na prevalência de utilização de consultas médicas via SUS e diminuição do uso de convênio na direção dos grupos de classe econômica mais baixos. A maior cobertura de ESF favoreceu o uso de consultas pelo SUS nos municípios de médio porte. Conclusões: Apesar da persistência de desigualdades sociais na utilização de consultas médicas evidenciou-se a importância do SUS e da ESF. Sem deixar de assistir idosos com melhores condições socioeconômicas, o sistema público protege aqueles em situação de risco social, caminhando no sentido da equidade e acesso universal a saúde.