75697

CONTINUIDADE DOS TRANSTORNOS MENTAIS ENTRE OS 6 E 11 ANOS: COORTE DE PELOTAS DE 2004

Favoritar este trabalho

Objetivos: avaliar a estabilidade das taxas de transtornos mentais entre os 6 e 11 anos e examinar a continuidade homotípica e heterotípica dos distúrbios. Métodos: No ano de 2004 todos os nascidos vivos na cidade de Pelotas, RS, foram captados ao nascimento (n=4231). Aos 6 e 11 anos foram avaliados com o instrumento Strengths and Difficulties Questionnaire (SDQ) 3585 e 3.563 indivíduos, respectivamente. Os resultados do SDQ foram categorizados em SDQ normal (soma das categorias normal e limítrofe) e SDQ alterado. Usou-se regressão logística, bruta e ajustada, para examinar as associações entre os diagnósticos ao longo do tempo. Resultados: Observou-se SDQ total alterado em 10,6% (9,6-11,6) e 14,0% (12,9-15,2) dos indivíduos aos 6 e 11 anos, respectivamente. Houve aumento de 50% na prevalência de problemas emocionais e de 48% no transtorno de hiperatividade no período estudado. Das crianças que apresentaram SDQ total alterado aos 6 anos 81% (157/193) manteve esse diagnóstico aos 11 anos. Apresentar transtorno emocional, de conduta e transtorno de hiperatividade aos 6 anos esteve associado a uma chance 4, 5 e 6 vezes superior de apresentar o transtorno aos 11 anos de idade (OR ajustado 4,0 IC95% 3,3-5,0, OR ajustado 4,8 IC95% 3,9-6,1 e OR ajustado 6,4 IC95% 5,2-8,0, respectivamente). Houve continuidade homotípica significativa entre os 6 e 11 anos nos transtornos de ansiedade, hiperatividade e transtornos de conduta. Conclusões: Os resultados indicam que os transtornos mentais nestas faixas etárias são moderadamente estáveis, com taxas de distúrbios e padrões de continuidade semelhantes aos observados em adolescentes maiores.