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ASSOCIAÇÃO ENTRE O ESTRESSE NO TRABALHO E MUDANÇAS NO ESTADO DE SAÚDE AUTO REFERIDO: O CONFLITO TRABALHO-FAMÍLIA E A FALTA DE TEMPO PARA O AUTOCUIDADO

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Objetivos: Avaliar se o conflito trabalho-família (CTF) e a falta de tempo para o autocuidado e o lazer (FTAL) mediam a associação entre o estresse no trabalho e a piora na situação de saúde autoreferida (AAS), de acordo com o sexo e a escolaridade. Métodos: Avaliou-se 11.344 funcionários públicos que participaram das duas primeiras ondas (2008-2010 e 2012-2014) do ELSA-Brasil - estudo de coorte multicêntrico (seis cidades). Exposição: estresse psicossocial do trabalho; Desfecho: piora da autoavaliação de saúde (AAS) entre as duas ondas; possíveis mediadores: CTF e FTAL. Análise: modelos de equação estrutural. Resultados: A população de estudo tinha média de idade 49,2±7,3 anos, 52,4% eram mulheres e 50% tinham nível universitário, 67,7% eram casadas e 13% piorou a AAS entre as ondas. Efeitos diretos dos componentes do estresse no trabalho sobre a piora da AAS foram observados para os participantes com baixa escolaridade em ambos os sexos, sendo que para as mulheres, o CTF mediou a associação entre a alta-demanda e a piora da AAS (0,049 SD [IC 95%: 0,006; 0,091]; para mulheres com alta escolaridade, o efeito mediador do CTF foi observado para a alta- demandas e baixo uso-de-habilidades (0,022 SD [IC 95%: 0,002; 0,043] e 0,028 SD [IC 95%: 0,001; 0,055], respectivamente). Entre as mulheres identificou-se também efeito indireto na associação entre a alta-demanda e a piora da AAS via ambos mediadores. Conclusão: A combinação de papéis domésticos-familiares podem ser mecanismos adicionais para explicar a associação entre o estresse do trabalho e a saúde entre as mulheres.