Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: investigar se possíveis mudanças na adesão aos padrões alimentares (PA’s) em um período de 15 anos estão associadas à obesidade. Métodos: estudo longitudinal com 1082 adultos da Coorte de Nascimentos de 1978/79 de Ribeirão Preto (SP), com dados coletados em dois períodos (T1: 2002/2004 aos 22-24 anos e T2: 2016/2017 aos 37-39 anos). Consumo alimentar foi avaliado por questionários de frequência alimentar validados para cada período. Três PA’s semelhantes, mas com diferentes variâncias e alimentos de maior saturação, foram derivados em cada avaliação (saudável, não saudável e comum brasileiro), e a adesão a estes foi classificada como Prudente (maior adesão ao PA saudável), Risco (maior adesão ao PA não saudável) ou Misto (adesão semelhante aos três PA’s). Foram construídas as trajetórias dos PA’s entre as avaliações. Em T2, indivíduos com índice de massa corporal ≥30,0 kg/m² foram considerados portadores de obesidade. Para estimar a Razão de Prevalência (RP) foi utilizada regressão de Poisson, ajustada por sexo, cor da pele, escolaridade, renda familiar, sub-relato da ingestão energética, atividade física e hábito de fumar. Resultados: em T2, 34,4% eram portadores de obesidade. Na análise ajustada, as trajetórias associadas à obesidade foram: Prudente–Misto (RP 1,55; IC 95% 1,04–2,29), Risco–Risco (RP 1,49; IC 95% 1,03 2,13), Risco–Misto (RP 1,56; 95% CI 1,05-2,31) e Misto–Risco (RP 1,61; IC 95% 1,10-2,35). Conclusões: declínio na qualidade alimentar (Prudente–Misto e Misto–Risco) e estagnação em um PA não saudável (Risco–Risco e Risco–Misto) foram associados a maior prevalência de obesidade.