Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: a partir do desafio imposto à educação decorrente da pandemia causada pelo Sars-CoV-2 este trabalho objetivou identificar as novas condições de trabalho dos professores e professoras de uma universidade federal, seus impactos na saúde mental e bem-estar com análise dos Transtorno Mentais Comuns (TMC). Métodos: Para alcançar tal objetivo, foi realizado um estudo epidemiológico de caráter transversal que buscou avaliar de maneira quantitativa a prevalência de TMC, por meio do instrumento Self-Reporting Questionnaire (SRQ-20). Resultados: Dos/as 372 docentes que responderam ao instrumento, apenas 8,6% declarou que se sentia totalmente preparado para esse novo formato de ensino remoto e 58,8% alegou estar com maior carga horária de trabalho. Destaca-se que 60,9% dos professores alegaram dormirem mal por preocupar-se com suas demandas de trabalho; 63,3% sentiram-se pressionados pela carga de trabalho; 42% declarou não estar satisfeito com sua capacidade de trabalho e 34,9% não está satisfeito com suas relações pessoais. A prevalência de TMC foi de 44,6% (166) dos/as docentes, e destes 72,9% são mulheres. Considerações: Destarte, nota-se a importância de vigilância à saúde mental de docentes, em especial em tempos de pandemia, e a necessidade de se traçar estratégias que minimizem os impactos negativos e o sofrimento destes trabalhadores, visto que prejudicam a saúde individual do professor e podem acarretar problemas no trabalho e na relação familiar destes.