Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Verificar a prevalência e os fatores associados às LER-DORT em servidores públicos do Judiciário Federal no Rio Grande do Sul. Métodos: Estudo transversal com 1.614 servidores ativos do judiciário federal do Rio Grande do Sul, com coleta de dados realizada em 2018. Utilizou-se questionário estruturado para mensurar desfecho e fatores de risco. As LER-DORT foram avaliadas por meio de perguntas diretas acerca do diagnóstico prévio do distúrbio. Regressão logística foi utilizada para analisar as associações de interesse, estimando as razões de odds de prevalência, com ajuste para fatores de confusão. Resultados: A prevalência geral de diagnóstico médico de LER-DORT autorreferido foi de 23,4%, sendo 17,5% nos indivíduos do sexo masculino e 28,6% nos do sexo feminino. Sexo feminino, idade acima de 55 anos, movimentos repetitivos frequentes e estresse ocupacional (trabalho de alto desgaste) foram forte e positivamente associados às LER-DORT, aumentando o risco do desfecho em 91,0% (OR = 1,91; IC95%:1,50-2,42), 216,0% (OR = 3,16; IC95%:1,15-1,94), 81,0% (OR = 1,81; IC95%:1,31-2,49) e 121,0% (OR = 2,21; IC95%:1,59-3,09), após ajuste para sexo e idade. Conclusões: A prevalência de diagnóstico médico de LER-DORT foi extremamente alta, atentando para a magnitude do problema entre servidores do judiciário que exercem atividades de escritório. Intervenções para prevenção de distúrbios musculoesqueléticos devem focar em causas conhecidas de LER-DORT, como os riscos ergonômicos e psicossociais, com ênfase na redução de movimento repetitivos e do estresse laboral.