Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Estimar a associação entre percepção sobre a segurança na vizinhança e mobilidade por bicicleta entre adultos de três cidades brasileiras. Métodos: Trata-se de um estudo transversal, realizado com dados do inquérito domiciliar do projeto Mobilidade Urbana Saudável (MUS), realizado em 2017 e 2018. Foram utilizados dados dos adultos (18-59 anos) das cidades de Florianópolis, Brasília e Porto Alegre. A variável dependente foi o uso de bicicleta (não; sim). Para mensurar a variável independente principal, percepção sobre a segurança na vizinhança, foram utilizadas as questões do instrumento Neighborhood Environment Walkability Scale (NEWS). Calculou-se o escore dessa variável, que variou entre 0 e 18, sendo dividido em tercis (percepção ruim; intermediária; boa). As análises foram ajustadas por sexo (masculino; feminino), idade (18/29; 30/39; 40/49; 50/59) e raça/cor da pele (branca; parda; preta; amarela ou indígena). Realizou-se a análise de regressão logística, estimando-se as odds ratio (OR) brutas e ajustadas, com intervalos de 95% de confiança (IC95%). As análises foram conduzidas no programa Stata 14. Resultados: Participaram deste estudo 2.190 adultos, sendo a minoria da amostra (31,5%) adepta ao uso de bicicleta. Na análise ajustada, adultos com percepção “boa” sobre a segurança da vizinhança apresentaram 1,45 (45%) vezes mais chance de utilizar bicicleta (IC95%:1,15;1,84), quando comparados aos adultos com percepção ruim. Conclusão: A percepção sobre a segurança na vizinhança está associada à mobilidade por bicicleta entre adultos de três cidades brasileiras. Adultos que percebem positivamente a segurança na vizinhança possuem mais chance de utilizar a bicicleta como meio de transporte.