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Objetivos: Discutir o impacto de quatro estratégias de redistribuição de óbitos por causas mal definidas ou inespecíficas sobre a magnitude e as tendências temporais da mortalidade por câncer no Brasil. Métodos: Este estudo utilizou dados anônimos e georreferenciados obtidos no Sistema de Informação sobre Mortalidade. Quatro abordagens diferentes foram usadas para realizar a redistribuição dos óbitos mal registrados: métodos (1) da OMS; (2) do Global Burden of Disease Study; (3) do Ministério da Saúde do Brasil; (4) proposto por Elizabeth França. As taxas de mortalidade foram padronizadas por idade, com a população mundial como referência. Para calcular as tendências das taxas para cada região, sexo e tipo de câncer, foi utilizada a autorregressão de Prais-Winsten. Resultados: As taxas de mortalidade aumentaram consideravelmente em todas as regiões após a redistribuição. No geral, os métodos EF e OMS tiveram um impacto mais suave nas tendências e magnitudes das taxas quando comparados com o método do GBD. Os resultados da abordagem do Ministério da Saúde brasileiro foram semelhantes aos obtidos pelo método GBD. A redistribuição também influenciou nas tendências da mortalidade, no entanto, as diferenças na variação percentual anual foram menos pronunciadas do que na magnitude das taxas. Conclusões: Frente à impossibilidade de desenvolver um método padrão-ouro para comparação das abordagens de redistribuição, a combinação de técnicas globais com aquelas que consideram a realidade local pode ser uma alternativa para a seleção da metodologia. No presente estudo, a compatibilidade dos achados sugere a validade do método GBD em relação ao contexto brasileiro, quando são considerados os óbitos por câncer sem especificação por tipo.
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