MORTALIDADE DE CRIANÇAS DE 28 DIAS A 59 MESES ATRIBUÍDA À DESIGUALDADE SOCIAL NO BRASIL

Vol 2, 2021 - 142070
Pôster Eletrônico - PE41 - Epidemiologia social e determinantes sociais em saúde (TODOS OS DIAS)
Favoritar este trabalho
Como citar esse trabalho?
Resumo

Objetivo: Medir a mortalidade atribuída à desigualdade social dos óbitos em crianças de 28 dias à 59 meses através de uma escala agregada de pobreza à nível familiar, na população do baseline no Cadastro Único, entre 2011 e 2015. Metodologia: Estudo transversal aninhado à coorte. Foram analisadas 7.537.093 indivíduos. 12.394 óbitos após vinculação com o SIM. A pobreza foi definida por quintis do IDF (Índice de Desenvolvimento Familiar): medida que agrega informações familiares relativas à renda, acesso à educação, condições de trabalho, vulnerabilidade, desenvolvimento infantil e condições de moradia. Calculou-se a taxa de mortalidade em todos os quintis. A mortalidade atribuível à desigualdade socioeconômica foi definida como a diferença entre as mortes totais observadas e as mortes no quintil menos pobre, dividido pelo total de óbitos. Resultados: 27,8% (95% CI 27,0 - 28,6) dos óbitos foram atribuídos à desigualdade entre as crianças pobres. As causas que mais contribuíram foram as diarreias (60,2%), a desnutrição (67,2%), os afogamentos acidentais (58,5%), as causas mal definidas (53,5%) e as gripes e pneumonias (35%). Conclusão: 1 em cada 4 óbitos de crianças de baixa renda com idade entre 28 dias e 59 meses no Brasil foram atribuídos à desigualdade. Isso sugere uma desigualdade no acesso à políticas públicas básicas, com maior dificuldade entre os mais pobres, mesmo num período de melhoria das condições sociais no país, o que se constitui num importante desafio tanto para a saúde pública quanto para as políticas sociais em geral.

Eixo Temático
  • Epidemiologia social e determinantes sociais em saúde