Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Analisar, segundo o gênero, os efeitos do conflito trabalho-família, família-trabalho e falta de tempo para autocuidado e lazer devido às demandas profissionais e familiares sobre a incidência de ganho de peso e cintura no Estudo Longitudinal de Saúde do Adulto (ELSA-Brasil). Métodos: foram incluídos 9159 participantes do ELSA (4413 homens e 4746 mulheres) da linha de base (2008-2010) e onda 2 (2012-2014). O ganho de peso e o ganho de cintura foram definidos como um ganho anual ≥ 75º percentil, ou seja, ≥1,21 kg / ano e ≥1,75 cm / ano, respectivamente, em mulheres, e ≥0,96 kg / ano e ≥1,41 cm / ano, respectivamente, em homens. Estimou-se associações por regressão de Poisson aplicando variância robusta, usando o software R. Resultados: os modelos ajustados por variáveis socioeconômicas mostraram maior risco de ganho de peso entre as mulheres que relataram conflito família-trabalho frequentemente e às vezes (risco relativo [RR] = 1,37 e RR = 1,15, respectivamente), e entre aquelas que relataram falta de tempo para o autocuidado e lazer com frequência (RR = 1,13). Entre os homens, o conflito trabalho-família baseado no tempo (RR = 1,17) e o conflito baseado na tensão (RR = 1,24) foram associados ao ganho de peso. Não foram observadas associações entre os domínios do conflito trabalho-família e ganho de cintura. Conclusão: Os resultados sugerem a necessidade de programas de promoção da saúde ocupacional e social para ajudar homens e mulheres a equilibrar o trabalho e a vida familiar para reduzir o ganho de peso.