Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: avaliar o desempenho dos municípios brasileiros em relação aos indicadores de controle da tuberculose (TB). Métodos: estudo ecológico realizado com municípios que notificaram pelo menos quatro casos novos de TB e um caso novo de TB pulmonar entre 2015 e 2018 no Brasil. Os municípios foram estratificados em <50 mil, 50-100 mil, 100-300 mil e >300 mil habitantes e, foi utilizado o método de agrupamento k-médias para segmentar os municípios de cada porte populacional segundo o desempenho dos indicadores da doença. Resultados: Foram incluídos 2.845 municípios brasileiros abrangendo 98,5% dos casos novos de TB do país. Para cada porte populacional identificou-se 3 grupos (A, B e C) segundo o desempenho dos indicadores, sendo que os resultados dos grupos C foram os menos satisfatórios. Os grupos C apresentaram 3 ou mais indicadores críticos (testagem HIV, realização do tratamento diretamente observado (TDO) e perda de seguimento), correspondendo a 45,8% dos casos novos de TB. No grupo C dos municípios >300 mil habitantes, que inclui 19/27 capitais e 43,1% dos casos novos de TB, foram encontrados os menores percentuais de exame de contatos (média=56,4%) e realização do TDO (média=15,4%), a perda de seguimento (média=13,9%) foi crítica e apresentou a menor cobertura da Atenção Básica (AB; média=66,0%). Conclusões: grande parte dos casos novos de TB ocorreu em municípios com desempenho frágil para o controle da doença onde é preciso expandir e fortalecer a AB para aumentar a avaliação de contatos e a realização do TDO e reduzir a perda de seguimento no tratamento.