Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivos: Descrever ocasiões, motivações e critérios de compra de comida em aplicativos de entrega. Métodos: Web survey realizado por amostragem em cadeia com residentes (≥ 18 anos) da região metropolitana do Rio de Janeiro. O questionário, elaborado em formulário Google, aferiu aspectos sociodemográficos e características do uso de aplicativos de entrega de comida. Realizou-se ponderação pós-estratificação por sexo, idade e escolaridade, e calcularam-se prevalências (intervalos de confiança 95%). Resultados: Foram alcançados 748 usuários de aplicativos com média de 33,5 anos de idade: 59,4% eram mulheres; 78,6% tinham ensino médio e 21,4%, ensino superior completo. As principais ocasiões de uso eram finais de semana e feriados (75,7% (57,9-88,0)) e jantar em dias úteis (25,4% (15,0-40,0)). Almoço e jantar eram mais relevantes para usuários frequentes (≥3 vezes/semana). Somente 11,7% (4,1-29,0) destacaram o almoço, mas, entre os usuários frequentes, 65,8% (30,3-89,0) o fizeram. As principais motivações para pedir comida eram “desejo de comer algo diferente” (67,9% (55,5-78,0)), “comodidade” (34,1% (25,4-44,0)) e “oferta de promoções, descontos e combos” (28,7% (21,0-38,0)). Contudo, entre usuários frequentes, essa última motivação era secundária (27,0% (8,1-61,0)) em comparação com “não gostar de cozinhar” (57,6% (20,4-88,0)). Entrega grátis, cupons de desconto e combos promocionais também estavam entre os critérios mais relevantes para 35,2% (24,4-47,0), 22,4% (16,2-30,0) e 12,2% (7,8-19,0) dos usuários, respectivamente. Conclusões: Usuários frequentes tendem a substituir refeições caseiras por refeições preparadas fora do lar e adquiridas via aplicativos ao longo da semana. Vantagens financeiras podem atrair clientes e também redirecionar escolhas alimentares para itens com melhor custo-benefício.