Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Introdução: No contexto da pandemia de Covid-19, cresce a preocupação com a saúde mental dos profissionais de saúde. Objetivo: Analisar fatores associados ao sofrimento psíquico de profissionais de saúde que atuam em hospitais no estado de São Paulo. Métodos: estudo transversal envolvendo uma amostra de profissionais que atuavam em 15 hospitais do Estado e responderam a um formulário online. Para a avaliação da saúde mental foi aplicado o Questionário de Saúde Geral (QSG-12). A coleta de dados aconteceu entre julho e agosto/2020. O QSG-12 gerou uma escala, variando de 0 a 12 (pior situação). Os resultados acima da média foram considerados indicativos de sofrimento psíquico. Utilizou-se modelo de regressão logística multivariada para a identificação de fatores associados ao sofrimento psíquico. Resultados: Participaram do estudo 627 profissionais, a maioria do sexo feminino (77%), entre 40-59 anos (50%), de cor branca (75%); 45% estavam acima da média do QSG-12, que foi 6,3 (DP= 2,82). Identificou-se maior chance de sofrimento psíquico entre mulheres (OR 1,80; IC95% 1,12-2,90); médicos (OR 3,94; IC95% 2,43-6,39); aqueles que responderam que o hospital não fornece EPIs de boa qualidade (OR 2,23; IC95% 1,46-3,41); os que sentem ter pouco controle sobre se infectar (OR 2,27; IC95% 1,55-3,34); os que têm medo de não sobreviver à doença (OR 2,01; IC95% 1,10-3,65); aqueles cujas famílias têm medo de se infectarem através deles (OR 2,22; IC95% 1,48-3,31). Conclusão: O percentual de sofrimento psíquico na amostra foi expressivo, sendo possível atuar sobre alguns fatores associados para minimizar o problema.