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Resumo

Objetivo: Descrever a prevalência de deficiência e de excesso de folato em crianças brasileiras entre 6-59 meses segundo macrorregiões e faixa etária. Métodos: Os dados provêm do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (ENANI-2019), um inquérito domiciliar nacional com uma amostra probabilística de 14.558 crianças residentes em 123 municípios brasileiros. Foram coletados 8 mL de sangue por punção venosa em 8.829 crianças entre 6 e 59 meses. As concentrações séricas de folato foram avaliadas por ensaio imunoenzimático por quimioluminescência. Crianças com concentrações de folato <10,0 nmol/L e >45,3 nmol/L foram classificadas com deficiência e excesso, respectivamente. Estimativas pontuais e intervalos de confiança de 95% (IC95%) das prevalências foram calculadas e foi considerada diferença estatisticamente significativa ausência de sobreposição de IC95%. O plano amostral complexo em ambiente R foi considerado. Resultados: Para o Brasil, a prevalência de excesso de folato foi de 36,8% (IC95%: 33,4-40,3) e a de deficiência foi inferior a 1%. A região Nordeste (55%, 47,7-62,3) apresentou prevalência de excesso de folato significativamente maior que as regiões Norte (36,6%, 32,7-40,6), Sul (31,3%, 26,0-36,7), Sudeste (27,8%, 21,1-34,5) e Centro-oeste (26,9%, 23,5-30,4). Foi observada maior prevalência de excesso em crianças entre 6 e 23 meses (49,8%, 45,0-54,5), comparadas àquelas entre 24 e 59 meses (30,3%, 26,4-34,2). Conclusão: A deficiência de folato não é um problema de saúde pública no país, mas o excesso de folato requer atenção, visto que acomete mais de um terço das crianças brasileiras de 6 a 59 meses.

Eixo Temático
  • Epidemiologia nutricional