Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: Analisar a produção científica literária existente sobre nutrição, migrações forçadas e refúgio no cenário nacional e internacional, com foco na segurança alimentar e nutricional. Metodologia: Realizou-se revisão integrativa da literatura. A busca foi realizada nas bases Biblioteca Virtual de Saúde, MEDLINE e SciELO, por meio dos descritores “refugiados”, “nutrição” e “epidemiologia”, em três idiomas: português, inglês e espanhol. Após eliminação de duplicatas, os artigos passaram por triagem com base em leitura do título e resumo e, posteriormente, leitura integral dos artigos. Resultados: Após a leitura dos 410 resumos encontrados, foram selecionados 14 artigos para leitura integral. Os estudos mostraram que as limitações econômicas e barreiras socioculturais e linguísticas, falta de emprego e de acesso à educação e à saúde, assim como falta de aceitação na comunidade de destino, influenciam o status de segurança alimentar e nutricional dos refugiados afegãos, palestinos, iraquianos, iranianos e myanmarenses. A insegurança alimentar também foi relatada em bebês refugiados Saarauis, na Argélia. As deficiências nutricionais são comuns, mas variam entre as etnias. Dentre outros agravos nutricionais encontram-se o sobrepeso e/ou obesidade em adolescentes. O consumo de alimentos com alto teor calórico varia de acordo com a etnia, período de reassentamento e aculturação. Não foram encontrados estudos com refugiados residentes no Brasil. Conclusão: Agravos nutricionais e insegurança alimentar são experiências frequentes entre refugiados. São necessárias estratégias para prevenção e tratamento de forma equânime, de acordo com as características de cada nacionalidade em situação de refúgio e de cada país receptor desses refugiados.