Anais do 11 º Congresso Brasileiro de Epidemiologia

Objetivo: avaliar o cuidado adequado dispensado a adultos brasileiros com hipertensão arterial em 2013 e 2019. Métodos: estudo transversal, de base populacional, com dados da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013 e 2019. O desfecho “cuidado adequado” foi construído a partir do somatório de recomendações (alimentação saudável, peso adequado, ingestão de sal, prática de atividade física, fumo, bebida alcoólica e acompanhamento regular) e solicitação de exames (sangue, urina, eletrocardiograma e teste de esforço). As variáveis de exposição foram as sociodemográficas e características do atendimento. Foram estimadas as prevalências e razões de prevalência, com seus respectivos intervalos de confiança, por meio de regressão de Poisson. Resultados: as amostras foram compostas de 11.129 e 19.107 pessoas com diagnóstico médico de hipertensão, em 2013 e 2019, respectivamente. A prevalência de cuidado adequado passou de 25,3% em 2013 para 18,8% em 2019. Em 2013, as mulheres tiveram 24% menos cuidado adequado do que os homens e, em 2019, essa diferença caiu para 12%. Em ambas as amostras, as pessoas de 50 anos a 64 anos tiveram maior proporção de cuidado adequado, quando comparados aos mais jovens e mais velhos. Foi identificada uma associação direta entre cuidado adequado e situação econômica, sendo que em 2013 as pessoas com melhor nível socioeconômico apresentaram 2,5 vezes mais cuidado adequado e em 2019 tiveram 3,5 mais, comparados aos com menor nível socioeconômico. Conclusões: entre 2013 e 2019 identificou-se que o cuidado adequado a pessoas com HAS diminuiu e as desigualdades se intensificaram.