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PREDITORES DE INSÔNIA EM ADULTOS: REVISÃO INTEGRATIVA DE LITERATURA

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Introdução: O diagnóstico de enfermagem (DE) Insônia é definido como “a dificuldade de iniciar ou manter o sono ou insatisfação com a qualidade do sono e que pode interferir no desempenho das atividades sociais e cognitivas”(1). Aproximadamente 8–18% de adultos provenientes de diversos países possuem sintomas de insônia, considerada fator de risco para graves problemas de saúde e preditora de morbimortalidade.(2,3) Considerando que este DE integra a Classificação da NANDA-I com base em 20 referências de 1999 a 2003(1), possíveis causas podem ter sido identificadas em estudos posteriores. O objetivo deste estudo foi identificar na literatura os preditores de insônia em adultos, de modo a subsidiar a atualização do DE e ações de enfermagem preventivas. Método: Revisão integrativa de literatura(4). O problema foi operacionalizado por meio da questão “Quais os preditores de insônia em adultos?” A busca foi realizada no Pubmed, Biblioteca Virtual em Saúde e CINAHL, por combinação de Descritores em Ciências da Saúde, Medical Subject Headings, Títulos CINAHL e termos não-controlados. A revisão incluiu estudos analíticos transversais ou longitudinais de 2011-2015 em inglês, espanhol ou português, que tinham como variáveis independentes possíveis causas/fatores de risco da variável dependente insônia e análise por regressão logística ou linear múltipla, bem como revisões sistemáticas de literatura. Excluíram-se estudos que não especificassem insônia entre os distúrbios de sono. Resultados: Recuperaram-se 496 artigos, dos quais 28 foram selecionados, incluindo 100 a 37.646 adultos, com frequência de sintomas de insônia de 5,3% a 78,0%. Vinte estudos eram transversais, seis longitudinais prospectivos e dois longitudinais retrospectivos. Dentre adultos em geral (seis estudos), os preditores de insônia foram: outras comorbidades (p.ex., depressão e ansiedade), menor nível e horário noturno do emprego, ser viúva, dor, maior reatividade do sono e uso de medicamentos para dormir. Dentre idosos (quatro estudos), os preditores de insônia foram maior idade, exposição à luz noturna, exposição diária à luz solar, sexo masculino, número de doenças crônicas, comorbidades (p.ex., depressão), fadiga, dor, uso de hipnóticos, assistir televisão na cama antes de adormecer e eventos estressantes. Dentre gestantes (quatro estudos), os principais preditores de insônia foram: depressão pós-parto, baixa renda, tabagismo e dor pélvica e lombar, sintomas depressivos e idade acima de 20 anos. Dentre indivíduos com dor crônica cervical ou lombar (dois estudos), os preditores foram: intensidade da dor, dor musculoesquelética como comorbidade, depressão e fadiga. Dentre pacientes com câncer (dois estudos), os preditores foram: tristeza, dores em articulações, fogachos, ansiedade, depressão, idade e maior tempo desde o diagnóstico. Outros preditores foram encontrados em estudos únicos com populações de mulheres na pós-menopausa com síndrome metabólica, negros jovens de áreas urbanas, adultos que consomem álcool em excesso, veteranos de guerra, pacientes com HIV ou com doença pulmonar obstrutiva crônica e universitários. Conclusão: Encontraram-se diferentes preditores psicossociais e clínicos de insônia em diversas populações, dentre os quais o mais prevalente foi a depressão. Dentre os preditores, as possíveis causas de insônia podem ser submetidas à NANDA-I para atualização do DE e subsídio do raciocínio clínico de estudantes e enfermeiros.