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O USO DA CLASSIFICAÇÃO DOS RESULTADOS DE ENFERMAGEM EM SISTEMA DE APOIO À DECISÃO CLÍNICA: RELATO DE EXPERIÊNCIA

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Introdução: A Classificação dos Resultados de Enfermagem (NOC) representa um conceito que pode ser utilizado como medida do estado clínico. Na prática, auxilia na mensuração de resultados, valida se os pacientes estão respondendo positivamente às intervenções de enfermagem e ajuda a determinar se são necessárias mudanças no cuidado. Objetivo: Descrever a experiência do uso da NOC por meio de um sistema eletrônico de apoio à decisão. Método: Este relato de experiência faz parte de uma ação denominada Ciclo de Seminários sobre o Processo de Enfermagem: estudos de caso com foco na NOC, com a finalidade de instrumentalizar enfermeiros para a utilização desta classificação. Foi desenvolvido em março/2017 na Clínica Médica de um Hospital de Ensino de São Paulo. O Sistema de Documentação Eletrônica do Processo de Enfermagem permite ao enfermeiro ou estudante, tomar decisões clínicas, apoiando os julgamentos de diagnósticos, resultados e intervenções de enfermagem. A documentação eletrônica contempla toda estrutura da NOC: Resultado de Enfermagem(RE), definição do resultado, classificação da meta do resultado, Indicadores do Resultado(IR), Escala de Mensuração(EM) e meta do indicador. O estudo de caso foi realizado por três enfermeiros e uma residente de enfermagem, em ambiente simulado, a partir de uma situação real. A evolução do IR foi realizada por meio de gráficos de acompanhamento, onde foi definida a meta do indicador na admissão e diariamente registrado o valor atual da EM. Os resultados foram apresentados para enfermeiros clínicos, docentes e expertos em classificações de enfermagem que avaliaram a adequação dos indicadores NOC no contexto. Resultado: MLS, 81 anos, mulher, descorada 3+/4+, emagrecida, inapetente, referindo fraqueza generalizada e febre. Lesões eritematosas, algumas com sinais de infecção, hematomas e equimoses espontâneas em MMSS e MMII. Exames relevantes: Hb 6,9g/dl; Ht 21,5%; Neutrófilos 22,6/mm³; Linfócitos 50,6/ mm³; Leucócitos 1.720/mm³ e plaquetas 21.000/mm³. Foi elencado o Diagnóstico de Enfermagem: Proteção Ineficaz e os RE: Gravidade de infecção e Coagulação sanguínea. Para o RE Gravidade de infecção, os IR foram: Erupção cutânea(070301), Febre(070307) e Diminuição na contagem de leucócitos(070327) - EM: Grave a Nenhum. Para o RE Coagulação sanguínea, os IR foram: Hemoglobina(040913), Contagem de Plaquetas(040908) - EM: Desvio Grave da Variação Normal a Sem Desvio da Variação Normal e Equimoses(040916), Hematomas(040903) e Sangramento(040902) - EM: Grave a Nenhum. A evolução de todos os IR apresentaram melhora da EM, quando comparados com o dia da admissão, mas não atingiram a meta inicialmente estabelecida. Os avaliadores concordaram com os RE indicados pelo sistema eletrônico e com os IR escolhidos pelos enfermeiros e residente para a evolução das metas. Conclusão: A utilização dos IR dos RE do NOC por meio de um sistema de documentação eletrônica do processo de enfermagem favorece o raciocínio clinico, a avaliação das metas estabelecidas para o paciente e a acurácia diagnóstica, favorecendo a efetividade das ações de enfermagem. Apontamos como desafio a utilização das EM que, por sua subjetividade, pode dificultar a interpretação das metas dos IR.