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ANÁLISE DA DIFUSÃO DA INOVAÇÃO DA ESTRATÉGIA E-SUS ATENÇÃO BÁSICA

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INTRODUÇÃO: Em paralelo à Política Nacional de Atenção Básica (PNAB)1, o Ministério da Saúde (MS) do Brasil, através da portaria 1.412/20132, instituiu a implantação do Sistema de Informação em Saúde para a Atenção Básica (SISAB), em substituição ao Sistema de Informação da Atenção Básica (SIAB). A operacionalização do SISAB está inserida na estratégia e-SUS Atenção Básica (e-SUS AB). A implantação precisa ser avaliada, visando identificar as facilidades e dificuldades deste processo.

DESCRITORES: Sistema de Informação em Saúde; Difusão de Inovação; Gestão da Informação em Saúde.

OBJETIVO: Analisar a difusão da inovação estratégia e-SUS AB em uma equipe de Estratégia Saúde da Família em Minas Gerais.

MÉTODO: Estudo de caso único, holístico e de abordagem qualitativa. Utilizou-se a Teoria da Difusão da Inovação4 como referencial teórico. Como cenário, elencou-se, intencionalmente, um município de pequeno porte em Minas Gerais. Realizaram-se, em 2016, 12 entrevistas e observações diretas do cotidiano de trabalho de profissionais de saúde que estão passando pelo processo de implantação do e-SUS AB. Os resultados foram organizados em três categorias analíticas: a inovação e-SUS AB e seus atributos; os canais de comunicação envolvidos na difusão da inovação; influências do sistema social e do tempo na difusão da inovação. Em respeito à Resolução 466/20123 do Conselho Nacional de Saúde, o estudo dispõe de aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos, da Universidade Federal de São João del-Rei, sob parecer: 1.384.632
RESULTADOS: Devido à necessidade de repasse de verbas, a utilização do SISAB, na coleta de dados junto aos usuários na AB, tem sido compreendida como uma imposição de instâncias superiores. Além disso, a obrigatoriedade de conexão à internet, que o sistema requer, o pequeno número de computadores disponíveis na unidade de saúde e a impossibilidade transferência de dados do SIAB para o SISAB são fatores que dificultam a aceitação da inovação. Em compensação, por possibilitar a qualificação do planejamento e, assim sendo, melhorar a gestão da informação, a facilidade de acesso às informações do paciente e a variedade de dados que podem ser coletados, através do SISAB, são fatores estimulantes para a adoção/aceitação da inovação.
CONCLUSÃO: A difusão do e-SUS AB, como uma inovação tecnológica, tem apresentado situações potencializadoras de sua aceitação, tais como a facilidade de acesso a diversos dados do paciente, o que pode resultar em um planejamento da assistência mais qualificado. No entanto, há situações que conduzem à rejeição do e-SUS AB, como, por exemplo, o próprio processo de implantação, que segundo os profissionais, está ocorrendo de forma impositiva, por parte dos gestores superiores. A necessidade de se estar conectado à internet, juntamente com o número reduzido de computadores, o que pode alterar o cotidiano de serviço dos profissionais e a impossibilidade de transferência dos dados contidos no SIAB para o SISAB.