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EFEITOS DA AURICULOTERAPIA SOBRE A DOR E ANSIEDADE DO TRABALHO DE PARTO: DADOS PRELIMINARES

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Introdução: as dores do parto são variáveis de acordo com as diversificações culturais, a individualidade das mulheres e o ambiente de atendimento. A ansiedade, por sua vez é um estado de preocupação; o sujeito experimenta a sensação subjetiva de desconforto, opressão e/ou insegurança(1). Auriculoterapia é uma técnica que trata diferentes disfunções e promove analgesia por meio de estímulos em pontos reflexos no pavilhão auricular(2). Objetivos: avaliar os efeitos da auriculoterapia sobre a dor e o grau de ansiedade no trabalho de parto. Método: trata-se de um ensaio clínico e randomizado, triplo-cego, com dados preliminares. Foram selecionadas 30 parturientes, com idade gestacional ≥ 37 semanas, dilatação cervical ≥ 4 cm e duas ou mais contrações em 10 min, divididas aleatoriamente em três grupos, para receber auriculoterapia, placebo ou participar como controle. A auriculoterapia foi aplicada por pressão com microesferas de cristais nos pontos shen men, útero, endócrino e área de neurastenia, o grupo placebo recebeu auriculoterapia em pontos próximos aos utilizados no grupo intervenção, todavia, sem estímulo por pressão, e o grupo controle atendimento usual da unidade. A intensidade da dor foi avaliada por uma Escala Analógica e Visual (EAV) e a ansiedade pela Escala de Hamilton para Avaliação da Ansiedade (HAM-A). Foi aplicado o teste estatístico de Kruskal-Wallis. Aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual de Campinas, SP (Parecer 855.496). Resultados: as médias de dor da EAV foram semelhantes nos três grupos na admissão (auriculoterapia 7,1; placebo 6,5; controle 7,8 p-valor=0,32) e com 2h do tratamento (auriculoterapia 5,5; placebo 7,9; controle 7,9 p-valor=0,27). As médias da HAM-A não houve diferença estatística na admissão (auriculoterapia 4,4; placebo 5,4; controle 8,1 p-valor=0,39) e com 2h (auriculoterapia 3,7; placebo 9,6; controle 12,2 p-valor=0,05), porém ambas as escalas os escores foram menores no grupo de auriculoterapia pós-tratamento. Discussão: a percepção do aumento da dor durante as contrações foi maior nos grupos placebo e controle, o que pode mostrar algum efeito benéfico do tratamento com auriculoterapia. Um estudo recente iraniano(3) avaliou os efeitos da auriculoterapia sobre a dor de 80 parturientes na fase ativa por meio da EAV, porém seus resultados foram estatisticamente significativos após o tratamento (auriculoterapia 7,56 versus controle 8,43, p < 0,05). O nível de ansiedade menor no grupo intervenção neste estudo pode estar relacionado à terapia estudada. Outro estudo(4) com mulheres que aguardavam a curetagem por abordo não mostrou grau elevado de ansiedade após tratamento com auriculoterapia (antes n 45 (90,5%), após 0 (0,00%)). Conclusões: as parturientes que receberam auriculoterapia apresentaram tendência a menor dor e ansiedade nesta amostra que precede um estudo com 99 participantes.