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PERMANÊNCIA DE PACIENTES CRÍTICOS EM SALA DE RECUPERAÇÃO PÓS-ANESTÉSICA

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Introdução: A sala de recuperação pós-anestésica (SRPA) é caracterizada pelo atendimento do paciente no pós-operatório imediato, desde a saída do paciente da sala operatória (SO) até a estabilização dos sinais vitais. Nos dias atuais há um número excessivo de pacientes críticos e leitos limitados de unidade de terapia intensiva (UTI), muitos desses pacientes permanecem sob os cuidados em leito de retaguarda na própria SRPA, aguardando a liberação de leito na UTI. Objetivo: Identificar o tempo de permanência de pacientes críticos na SRPA e caracterizar estes quanto à idade, gênero, Classificação da American Society of Anesthesiologists (ASA), tipo de anestesia e especialidade cirúrgica. Metodologia: Estudo descritivo, retrospectivo, conduzido na SRPA de um hospital de ensino da região noroeste do Estado de São Paulo, baseado na análise de 49 prontuários eletrônicos, entre os meses de abril e maio. Para caracterizar a amostra, coletaram-se dados referentes à idade, gênero, ASA, tipo de anestesia e especialidade cirúrgica. Resultados: Durante o período do estudo foram admitidos 1.519 pacientes, sendo que 49 (3,2%) foram pacientes de cuidados críticos, a média de idade foi de 60 anos, desses 28 (57%) do gênero masculino e 21 (43%) do gênero feminino, 26 (53%) foram classificados com ASA 3, o tipo de anestesia mais realizada foi geral balanceada 26(49%). A maioria realizou procedimentos de neurocirurgia e a média de permanência foi de 12 horas. Discussão: Os cuidados de pacientes críticos diferem da rotina normal da SRPA, um estudo aponta que a média de permanência desses pacientes na SRPA é de aproximadamente 41,4 horas, mostrando-se superior ao dessa pesquisa, outro estudo revela que o tempo médio de permanência de pacientes não críticos é de 27 horas, gerando uma maior rotatividade de leitos. A permanência de pacientes críticos ocasiona uma menor rotatividade no setor, causando um aumento do tempo de giro de sala e consequente atraso no mapa cirúrgico. Os resultados achados no presente estudo, demonstram que de acordo com o estado clínico encontrado, os pacientes necessitam de cuidados intensivos, ocorrendo algumas dificuldades na assistência de enfermagem, pois exige um maior tempo na realização de procedimentos, com uma vigilância constante do estado hemodinâmico, da ventilação e medicações em bomba de infusão. Conclusão: A permanência de pacientes críticos na SRPA é uma realidade na instituição pesquisada, no entanto este período é inferior ao encontrado na literatura. Com a assistência do paciente em leito de retaguarda na SRPA, há uma necessidade da reformulação administrativa e assistencial, para evitar a situação vivenciada, gerenciando de modo adequado os leitos de UTI, possibilitando uma assistência individualizada e humanizada. Dessa forma outras pesquisas voltadas para esses tipos de pacientes são de suma importância para colaboração do manejo das práticas baseadas em evidências.