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DISFUNÇÃO SISTÓLICA POR PARVOVÍRUS EM CÃES: UMA AVALIAÇÃO PELA ECOCARDIOGRAFIA FEATURE TRACKING

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O parvovírus infecta células com alta divisão, inclusive o miocárdio. A miocardite por parvovírus também pode ser secundária à sepse. Esse trabalho avaliou a disfunção sistólica em cães naturalmente infectados por parvovírus utilizando ecocardiografia feature tracking bidimensional, sob protocolo 055/15 da Comissão de Ética no Uso de Animais. Avaliou-se 37 cães, divididos em grupos: não infectado (n=9), infectado sem sepse (n=15) e infectado com sepse (n=13). Strain e strain rate global e de seis segmentos miocárdicos nos sentidos radial, circunferencial e longitudinal foram obtidos nos cortes paraesternal direito transversal e apical quatro câmaras no ventrículo esquerdo; circunferencial e longitudinal ainda foram obtidos nos planos endocárdico e epicárdico. De forma geral, strain e strain rate globais, endocárdicos, epicárdicos e segmentares foram significativamente maiores no grupo não infectado que nos grupos infectados (p<0,05); no grupo sepse foram significativamente menores que no grupo sem sepse (p<0,05). Os segmentos comumente acometidos em ambos os grupos infectados foram o septal mediano endocárdico e laterais basal e mediano. Não houve alteração nas variáveis ecocardiográficas convencionais (p>0,05). A variabilidade intraobservador foi baixa para todas as variáveis de strain e strain rate (CCI≥0,75) e interobservador foi baixa para circunferencial (CCI≥0,75), moderada para radial (0,75<CCI≥0,4), e alta para longitudinal (CCI<0,4). A infecção por parvovírus em cães causa disfunção sistólica, em maior extensão nos sépticos, e com provável início nas regiões septal endocárdica mediana e laterais basal e mediana. A ecocardiografia feature tracking é mais sensível e precoce que a convencional na determinação de disfunção sistólica.