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A dermatomiosite se trata de uma enfermidade inflamatória cutânea e miovascular por isquemia cutânea levando à alopecia, eritema, erosões, ulcerações de pele e crostas, hiper ou hipopigmentação. Em geral é uma doença não pruriginosa, exceto em casos de piodermite secundária associada, pode ser induzida por fármacos, infecções, toxinas, traumas, ou manifestações neoplásicas. Quando causada por reação adversa a algum fármaco é definida como dermatomiosite por farmacodermia podendo estar isolada ou associada a alterações sistêmicas. Diagnostico diferencial com outras dermatopatias (bacterianas, parasitárias, fúngicas, autoimunes) devem ser considerados. Canino, oito anos, fêmea, Pinscher, com queixa de “ferida em pele a um ano”, em tratamento (excisão cirúrgica e antifúngico) sem melhora, após aplicação subcutânea de medicamento para tratamento de suposta pneumonia. Ao exame clínico notaram-se lesões eritematosas com crostas e ulceradas em região dorso lateral esquerda, apresentava algia local e episódios de êmese recidivantes, outros parâmetros dentro da normalidade. Exames laboratoriais com enzima hepática Alamina Transaminase (ALT) e Creatinofosfoquinase (CPK) elevadas, ao histopatológico evidenciou-se dermatite e celulite piogranulomatosa severa, em subcutâneo e tecido muscular esquelético, ulceração e formação de trajetos fistulosos sem indícios de agentes infecciosos ou parasitários, caracterizando quadro inflamatório. Foi instituído tratamento medicamentoso com vasodilatador periférico, antibioticoterapia e anti-inflamatório esteroidal. Devemos destacar a importância dos exames complementares para o diagnóstico conclusivo, a dosagem de CPK e histopatológico foram fundamentais para o direcionamento de um tratamento mais adequado e eficiente. Animal apresentou melhora do quadro em poucas semanas e total remissão da ferida em dois meses de tratamento