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Linfoma em aves: Relato de caso de linfoma retrobulbar em calopsita (Nymphicus hollandicus)

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A prevalência de doenças neoplásicas em aves varia de 3,25% a 5,8% conforme os relatos de literatura (GARNER, 2006; SINHORINI, 2008; CHU et al., 2012). O linfoma é a doença hemolinfática mais frequente nas aves, com ocorrência de 3,6% (GARNER, 2006) a 3,92% (SINHORINI, 2008) em psitacídeos e de 16,2% (GARNER, 2006) a 35,1% (CHU et al., 2012) em galiformes. Muitos aspectos dessa neoplasia são ainda desconhecidos, diferentemente do que ocorre em relação ao linfoma nos mamíferos. A casuística tende a se elevar com aumento da longevidade, diagnóstico e fatores carcinogênicos. Este relato é o primeiro a descrever um caso de linfoma retrobulbar, imunofenótipo B linfoblástico em uma calopsita adulta (Nymphicus hollandicus). A literatura aponta o linfoma tipo T como mais prevalente (SINHORINI, 2008; SOUZA et al, 2008; JONES et al, 2014). O processo de doença transcorreu durante 5 meses; da queixa clínica, com prostração, dor e aumento de volume periocular até o momento do óbito, no transoperatório. O diagnóstico diferencial foi realizado com exame radiográfico e o diagnóstico final foi obtido post mortem por exames histopatológico e imunoistoquimico da amostra do tecido retrobulbar. O relato do caso alerta a importância do estabelecimento do diagnóstico de forma rápida, para a tomada da decisão quanto ao momento da intervenção e cuidados inerentes ao procedimento cirúrgico. O uso de métodos diagnósticos para a tipificação celular do linfoma, já empregados em mamíferos, faz-se necessário na oncologia aviária, com o intuito de identificar a agressividade tumoral, oferecer opções de tratamento e fornecer um prognóstico.