63581

INFLUÊNCIA DA ANESTESIA COM ISOFLUORANO OU PROPOFOL NA VASOCONSTRIÇÃO PULMONAR HIPÓXICA DE CAVALOS

Favoritar este trabalho

A anestesia equina está associada à depressão da ventilação, formando shunts intrapulmonares (Qs/Qt), áreas não ventiladas mas perfundidas por sangue venoso, que não sofrerá troca gasosa e será misturado ao sangue oxigenado, induzindo hipoxemia. O Qs/Qt é minimizado pela vasoconstrição pulmonar hipóxica (VPH), que pode ser inibida por anestésicos. Objetivou-se comparar os efeitos de propofol e isofluorano na VPH em cavalos. Após aprovação pela CEUA (081/2015), seis cavalos foram anestesiados duas vezes aleatoriamente, com dois protocolos: isofluorano (ISO) e propofol (PRO), e ventilados por pressão positiva intermitente. Atelectasia pulmonar foi induzida por ventilação monopulmonar (VMP) e hemipneumotórax. Parâmetros hemodinâmicos e respiratórios foram analisados após canulação da artéria pulmonar, artéria facial transversa e jugular externa para aferição de pressões e hemogasometria. A VMP foi interrompida após 45 minutos ou quando a PaO2 fosse menor que 70 mmHg. Os valores distribuídos normalmente foram comparados usando Teste-t não pareado (p<0,05). Após 15 minutos do hemipneumotórax a PaO2 do ISO foi 56±42 mmHg e a VMP foi interrompida em todos procedimentos. Em PRO, a PaO2 foi 129±54 mmHg, sem interrupções. Neste momento ocorreu menor DO2 (331 x 461 ml/min/m2) e maior Qs/Qt (32,5 x 26,6%) em ISO, sem diferença no débito cardíaco (22,3 x 25,4 l/min). Como a VPH pode ser influenciada pelos efeitos diretos dos anestésicos ou indiretamente por alteração no débito cardíaco, sugere-se que a hipoxemia e o aumento do Qs/Qt ocorreram por efeitos do anestésico escolhido sobre a VPH. Isofluorano promove maior inibição da VPH em cavalos quando comparado ao propofol.