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A displasia valvar mitral (DM) é uma cardiopatia congênita que envolve a má formação de um ou mais componentes do sistema valvar mitral. A DM pode causar insuficiência valvar e regurgitação crônica resultando em sobrecarga de átrio e ventrículo esquerdo e insuficiência cardíaca congestiva. O diagnóstico definitivo é estabelecido com o ecodopplercardiograma, pois permite a visualização da alteração morfológica específica e determinação de alterações funcionais. O prognóstico está relacionado à severidade da displasia. Um cão, fêmea, sem raça definida, 19 meses foi atendido no setor ortopédico do Hospital Veterinário. Na anamnese não foram relatados sinais de insuficiência cardíaca congestiva. No exame físico, apresentava-se em bom estado geral, com ausculta pulmonar e parâmetros do exame físico geral normais, entretanto a ausculta cardíaca evidenciou sopro cardíaco holossistólico grau V/VI em foco mitral. O eletrocardiograma sugeriu sobrecarga atrioventricular esquerda. O ecodopplercardiograma revelou má formação dos folhetos parietal e septal da valva mitral. O folheto parietal se estendia para o átrio esquerdo e o folheto septal prolongava-se através do folheto parietal. O contato entre os folhetos gerava um movimento de gangorra do folheto parietal. No doppler de cores notou-se fluxo turbulento em átrio e ventrículo esquerdo e entre os folhetos displásicos. Foi constatada também discreta diminuição da função sistólica e diastólica, discreta dilatação atrioventricular esquerda, porém sem os sinais de congestão circulatória. Em função dos achados, foi instituída terapia medicamentosa com pimobendan, espironolactona e cloridrato de benazepril. O paciente permanece assintomático até a presente data.