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Avaliação ultrassonográfica de torção esplênica em cão: relato de caso

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Introdução
A torção esplênica primária é considerada rara em cães. Caracteriza-se pela rotação do baço em torno de seu feixe vascular, podendo ocorrer trombose vascular, sendo mais frequente na veia esplênica. Geralmente é secundária ao vôlvulo gástrico, com maior acometimento das raças de grande porte. A torção isolada pode estar relacionada com alterações congênitas, ruptura de ligamentos ou pela permanência do órgão torcido após reposicionamento gástrico em torções gástricas parciais.

Descrição do conteúdo
Uma fêmea canina, da raça Pastor Alemão, de três anos, foi atendida apresentando prostração e apetite seletivo. Ao exame físico constatou-se desidratação, mucosas hipocoradas e aumento de volume abdominal. A ultrassonografia demonstrou líquido livre adjacente ao baço, o qual apresentou dimensões aumentadas, parênquima de aspecto rendilhado, com ecogenicidade reduzida e linhas ecogênicas difusas, além de área hiperecogênica triangular adjacente ao hilo. Na avaliação ao doppler colorido não foi visualizado fluxo sanguíneo. O diagnóstico de torção esplênica, associada com ruptura do órgão foi confirmado na laparotomia.

Discussão
Na avaliação da torção esplênica pelo exame ultrassonográfico, o baço demonstra áreas difusas anecogênicas, caracterizando os sinusóides dilatados secundariamente ao processo congestivo, além de linhas ecogênicas múltiplas e paralelas, representando a parede dos vasos dilatados. A área hiperecogênica triangular localizada entre vasos esplênicos e parênquima, contínua com o mesentério de ecogenicidade elevada tem associação com a torção esplênica de apresentação aguda.

Conclusão
A torção esplênica necessita de diagnóstico rápido e preciso, tendo em vista as manifestações inespecíficas, a ultrassonografia tem grande contribuição no estabelecimento do diagnóstico.