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VESTÍGIOS DO MOVIMENTO DA MATEMÁTICA MODERNA EM GOIÁS

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O presente trabalho aborda o Movimento da Matemática Moderna em Goiás a partir de dados da pesquisa de mestrado que resultou na dissertação de Rabelo (2010). Em tal dissertação, Rabelo (2010) analisa a prática docente do professor do ensino secundário que lecionou matemática no Lyceu de Goiânia na década de 1960, em que é possível vislumbrar um cenário de permanências e mutações da cultura escolar a partir da caracterização da prática docente bem como da identificação dos elementos que a constituíram.
Um dos elementos que se fez presente nesta constituição foi o Movimento da Matemática Moderna (MMM). É justamente este aspecto que abordamos neste trabalho, focando principalmente os primeiros contatos dos professores com a matemática moderna, a reação dos mesmos frente a essa inserção e como se deu a apropriação da mesma. Desta forma, pretendemos contribuir com os estudos sobre o MMM, tema este amplamente pesquisado em História da Educação Matemática, como é possível verificar na edição temática do Bolema (2010), ou em Arruda e Flores (2010), Búrigo, Fischer e Santos (2008), Matos e Valente (2007), entre outros.
Para este estudo, contamos com os dados levantados a partir de documentos coletados no Lyceu de Goiânia. Entre estes documentos foi possível identificar uma relação de livros didáticos de matemática no Catálogo Inventário da Biblioteca Barão de Carvalho, que traz uma lista de livros que deram entrada na biblioteca entre 1953 e 1968. Além do levantamento documental foram realizadas entrevistas com sete professores que lecionaram matemática no Lyceu na década de 1960.
Partindo deste estudo podemos apontar para um cenário em que a apropriação do MMM se deu de forma diferente entre os professores, cujos perfis de formação compreende aqueles licenciados em matemática e os professores leigos ou provisionados pela Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário (CADES). Apesar das diferentes apropriações, predominou um ensino que privilegiava a reprodução do livro didático, com aspectos marcadamente tecnicistas e de memorização. Além disso, foi possível identificar a coexistência da matemática moderna e a matemática clássica no ensino secundário.