Favoritar este trabalho

Como aparato teórico, a holografia foi criada logo na pós-guerra e gerou um Prêmio Nobel que ficou entre os dez mais destacados do século XX. E não foi porque ofereceu o caminho para a melhor técnica de imagens da humanidade senão porque sua teoria, envolvendo fenômenos profundos das ondas é, na prática, perfeita; algo raro nas chamadas Ciências Exatas. O que a fez famosa, porém, quatorze anos depois, foram as imagens tridimensionais perfeitas obtidas de objetos e até de pessoas. Sem que a grande maioria das pessoas as tenha visto, as imaginou por causa de um filme onde simulava-se uma cena em movimento aparecendo flutuante no ar, o “Guerra nas Estrelas” com a personagem da princesa Leia. Objetivos do trabalho são: Primeiro, traçar a trajetória histórica da holografia no Brasil, onde o primeiro holograma foi trazido nos anos 70, mas não é senão em 1981 que se tem a primeira exposição brasileira de holografia, realizada pela UNICAMP e com hologramas de confecção própria. Podemos considerar esse como o evento mais antigo de extensão da UNICAMP, ou, agora, o de maior duração (37 anos) pois presente nos eventos amplos como a Universidade Aberta ao Público-UAP, hoje UPA. Antes de que terminasse no ano passado por total falta de apoio por parte das Pró-Reitorias que o sustentaram a partir deste século, quando era mais necessário ter alguns recursos, a holografia já tinha acabado no mundo. Ficou no mesmo século que surgiu, hoje não se vem hologramas em museus, não se tem para comprar, pouquíssimas pessoas os fazem e a mídia chama de hologramas a simples reflexos em vidros ou projeções em telas que passam despercebidas, e sempre como imagem 2D (bidimensional) válida apenas para quem não conhece os verdadeiros hologramas. Segundo: fazer um paralelo entre o declínio da holografia e da imagem tridimensional como técnicas populares de imagem e o da utilização da coleção única de hologramas do acervo pessoal de Lunazzi para um evento de divulgação científica visto por miles de alunos de escolas públicas e também por miles de pessoas, público geral, de qualquer idade. Nossa Justificativa: Qual é a finalidade da holografia? Para que serve? Quando perguntam, o Prof. Lunazzi responde: para fazer pensar. É essa a primeira utilidade, a respeito do público geral. Por meio de esse pensar podemos educar. Mostrar como estamos limitados a um mundo que podemos chamar de bidimensional, como o das telas de TV e os monitores de computador. A Metodologia: O evento tinha uma palestra de duas horas de duração apresentada pelo Prof. Lunazzi em um anfiteatro do campus, ou do Museu Dinâmico de Ciências de Campinas, e em algumas oportunidades em sala de escolas. Nela eram apresentados alguns experimentos que, junto com as interrogações que o professor fazia motivando a uma participação bem ampla. Os temas iam derivando da física para arqueologia, história, política, religião, sexo, astronomia, etc., e era comum no final receber o aplauso vibrante da turma. No final, a turma era distribuída em quatro grupos monitorados para fazer, com suas próprias mãos em boa parte, experimentos de óptica geométrica e observação de um conjunto de seis hologramas, que incluía retratos de pessoas. Discussão e Resultados Finais: A holografia declinou por não ter sido uma fonte de lucro para a indústria. Mas não foi somente a holografia a declinar, a TV 3D também o foi, e hoje não é mais fabricada. Até o cinema 3D também parou de crescer. É mais um ciclo para essa técnica que teve origem logo após a invenção da fotografia. O motivo, neste caso, foi a total falta de inteligência dos fabricantes e investidores que acreditaram ser auto-suficientes e não procuraram uma boa assessoria a respeito. Entra nessa consideração como a mídia trata hoje dos assuntos de ciência no espaço cada vez menor em que são colocados e como uma grande quantidade de atividades culturais não científicas ocupam o espaço que correspondia à divulgação científica. A relação entre o real e o imaginário, entre o que pode ser considerado importante hoje em dia pelo cidadão comum e o que nós consideramos que deveria ser, mais próximo aos ícones do século passado, o grau de autoconfiança que um brasileiro pode sentir hoje, tudo isso constitui tema de debate para nossa apresentação no EDICC. A situação na UNICAMP? Bem, a UNICAMP é um reflexo da sociedade atual, e tem crescido desproporcionalmente à base de sustentação de suas atividades de divulgação, o peso dela na cidade é menor que no século passado e a renovação de quadros traz consequências respeito da conservação de seu passado.