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Planetários instalados no Brasil

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Este trabalho tem como proposta apresentar os resultados parciais de uma pesquisa sobre os planetários instalados no Brasil, que faz parte do projeto de pesquisa para mestrado Projetor de Estrelas Spacemaster: elementos para sua preservação e musealização, que vem sendo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Museologia e Patrimônio, da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) em convênio com o Museu de Astronomia e Ciências Afins (MAST/MCTIC). A pesquisa da dissertação de mestrado trata do projetor de estrelas Spacemaster, instalado na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), em 1972, sendo necessário contextualizar a realidade nacional, tanto histórica como a atual situação da oferta de sessões de planetário no país, na busca de elementos que justifiquem, ou não, a preservação e uma possível musealização do Spacemaster de Porto Alegre. No recorte da pesquisa deste trabalho pretende-se identificar quantos e quais são os planetários em funcionamento atualmente no Brasil e discutir quais as suas contribuições para a divulgação e popularização da Astronomia e outras ciências. Um levantamento de fontes primárias mostrou que existem algumas listagens de planetários no Brasil, desde a Wikipédia até uma existente numa dissertação do Mestrado Profissional em Ensino da Astronomia do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), onde Resende (2017) identificou 132 planetários em atividade no país, até 2016. A partir desta lista geral dos planetários brasileiros, desenvolveu-se um estudo com a análise de outras listas existentes, como os cadastros da Associação Brasileira de Planetários (ABP) e da International Palnetarium Society (IPS) e a lista da Interactive World Planetariums Database criada pela Association of French-Speaking Planetariums (APLF). Até o momento foram confirmados, através da comparação das diversas listagens, contatos telefônicos e e-mails, 150 planetários em operação. Apenas nos Estados de Tocantins e Rondônia não encontramos planetários. A distribuição dos planetários no território brasileiro é muito desigual. O maior número de instituições está nas regiões Sudeste e Sul. O Estado de São Paulo tem mais de 20% dos planetários do país, sendo alguns de grande porte, e o Rio de Janeiro conta com pelo menos 24 planetários, que correspondem a 16% do total, sendo 8 instalações fixas e 15 móveis. Os planetários opto-mecânicos que foram instalados no Brasil, depois de 1957, eram de alto custo e de difícil operação. Com o surgimento de planetários digitais, no final do século passado, o custo de instalação e operação foi reduzido de forma significativa, o que permite que um maior número de municípios e instituições possam adquirir e manter esses equipamentos. Estes dados são relevantes para a construção de um mapa da divulgação da Astronomia e outras ciências em planetários no país. Com eles podemos comparar as diversas datas de inauguração e locais. Criando uma tabela com a curva de instalação de planetários em nosso país, percebemos um aumento no número de instituições após o ano 2000 e o surgimento de diversos planetários nas regiões Norte e Nordeste. Nota-se, também, um aumento da oferta de planetários digitais móveis, de pequeno porte, que permitem operação de baixo custo, podendo levar as atrações dos planetários a áreas distantes do território nacional. A partir da caracterização desses espaços de divulgação da ciência e com base nas definições de Museu determinadas pela legislação brasileira e pelo International Council of Museums (ICOM), será discutida e avaliada a possibilidade de sua classificação na categoria de Museus. Os dados que estão sendo levantados nesses espaços poderão ser úteis para a elaboração de políticas de divulgação da ciência que considerem os planetários, principalmente os ligados ao poder público, como ferramenta importante na popularização da Astronomia e outras ciências no Plano Nacional de Cultura, que deverá substituir o atual (2010-2020) a partir de 2021.