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Este trabalho tem como proposta apresentar resultados de um projeto de extensão da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Embora reconhecendo a importância de resultados numéricos que descrevam o atendimento ao público externo, esse trabalho não pretende apresentá-los. Nossa intenção é olhar para as interações dialógicas – uma das diretrizes da extensão – que um único projeto vem sendo capaz de proporcionar. São encontros que acontecem, ao longo do nosso caminho, e têm demonstrado ser de grande importância para todos os envolvidos, notadamente para o público interno da instituição. A universidade se apóia nos processos indissociáveis de ensino, pesquisa e extensão. A extensão tem o papel privilegiado de promover a interação da universidade com demais setores da sociedade. Em nossa experiência, percebemos que essa interação aconteceu dentro da própria instituição, para depois extrapolar seus muros. O local onde nosso projeto se desenvolve é uma bela área verde, com enorme vocação para atividades educativas ligadas ao meio ambiente. O Horto Botânico foi anexado ao Museu Nacional em 1896 e tinha como principal objetivo o estudo e ambientação de plantas para pesquisa científica. Está localizado na Quinta da Boa Vista, um conhecido parque da cidade do Rio de Janeiro (RJ), onde também está localizado o Museu Nacional. O Projeto de extensão nasceu do encontro de professores, biólogos, educadores e outros servidores da instituição que desejavam abrir esse espaço voltado à pesquisa científica, ao público, notadamente, público escolar. A sistematização das atividades nos levou a dialogar com vários setores do Museu Nacional e da universidade. O projeto foi submetido ao edital da Pró-Reitoria de Extensão e aceito. Escolas na trilha: Visitando o Horto Botânico do Museu Nacional teve sua primeira edição em 2014 e vem sendo renovado anualmente. A cada edição, o projeto tem sido contemplado com duas bolsas de extensão para alunos de graduação da própria UFRJ. Bolsistas, majoritariamente, de cursos ligados às ciências biológicas participam de todas as etapas do projeto, estabelecendo contato com alunos de educação fundamental, com professores de todos os níveis de educação e com pesquisadores de diversas áreas do conhecimento. As atividades de extensão criam um elo entre o conhecimento teórico, adquirido na universidade, e a prática, fundamental na formação do aluno. A participação obrigatória no congresso de extensão da UFRJ motiva a participação em outros eventos acadêmicos, até mesmo fora do Rio de Janeiro, possibilitando ao estudante conhecer outras instituições de ensino. Uma característica interessante no nosso projeto é que, de forma muito natural, começou a haver uma participação expressiva de alunos do Consórcio CEDERJ (Centro de Educação Superior a Distância do Rio de Janeiro) que coordena a graduação à distância de oito universidades públicas, incluindo a UFRJ. Até o momento, recebemos três estudantes do curso de Licenciatura em Ciências Biológicas que desenvolveram trabalhos finais de curso sobre o projeto ou sobre temas afins. O projeto Escolas na Trilha: Visitando o Horto Botânico do Museu Nacional promove, fundamentalmente, o encontro entre a universidade e as escolas. A interação dialógica entre as universidades e as escolas de educação fundamental é incentivada pela legislação vigente no Brasil. No cotidiano, entretanto, os calendários escolares desencontrados e os recursos escassos nas instituições fazem com que esses encontros não sejam muito frequentes. Como resultado do projeto, ainda podemos acrescentar o encontro dos servidores do Horto Botânico do Museu Nacional com a comunidade em algumas edições de dois grandes eventos de popularização e divulgação da ciência: aniversário do Museu Nacional e Semana Nacional de Ciência e Tecnologia. Como não é aberto ao público espontâneo, o espaço é pouco conhecido dentro do próprio bairro, o Bairro Imperial de São Cristóvão. A extensão visa promover a interação entre a universidade e outros setores da sociedade, e acreditamos que deve ser bastante valorizada pelas políticas públicas. Consideramos importante, também, a interação que se estabelece dentro da própria instituição. O público interno também é bastante beneficiado com as relações dialógicas que se estabelecem a partir de cada projeto de extensão.