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Desmistificando: entendendo o mundo dos microrganismos de forma lúdica e atrativa

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Os microrganismos são seres minúsculos que começaram a ser estudados no século XVII, a partir da invenção do microscópio, pelo pesquisador Antoni van Leeuwenhoek. A partir do aparecimento deste equipamento, esses organismos passaram a ser estudados mais profundamente e muitas informações já foram catalogadas. No entanto, os microrganismos continuam sendo um grande mistério para a população não-científica, existindo muitos conceitos equivocados sobre seus malefícios e doenças que estes causam, em detrimento de seus imensos benefícios. Com objetivo de repensar os conhecimentos prévios falsos do público jovem a respeito destes organismos foi realizada uma oficina de divulgação científica em uma escola municipal de Ensino Fundamental na cidade de Boituva. Nessa intervenção os estudantes do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo-Campus Boituva prepararam, previamente, experimentos relacionados ao tema e levaram para serem apresentados. Em um primeiro momento, os monitores fizeram uma introdução ao assunto, explicando o que são e diferenciando os principais grupos de microrganismos existentes, como vírus, bactérias, fungos e protozoários. Também foi amplamente explanada a importância destes organismos na vida das pessoas, desmitificando a ideia de que todos eles são prejudiciais a saúde. Além da teoria, foram incluídos trechos de desenhos animados com essa temática, como, O incrível mundo de Gumball, Osmose Jones, e Castelo Rá-Tim-Bum. Na sequencia, os jovens participantes da oficina foram convidados a acompanhar as demonstrações científicas. O primeiro experimento foi a comparação da decomposição de restos vegetais em solo estéril e fértil: foram coletados aproximadamente 1kg de terra da região superior do solo (dez centímetros), e colocados em uma caixa de plástico fechada, e em um outro recipiente idêntico, foi colocado o mesmo volume de terra, mas desta vez, a coleta foi realizada na parte inferior do solo (abaixo dos 20 centímetros superiores), garantindo a esterilidade deste. Em cada uma das caixas foram colocadas cascas de bananas, e, a cada dia, foram fotografadas, para que no final de quinze dias, pudessem ser percebidas as diferenças nas decomposições de cada caixa. Devido a grande quantidade matéria orgânica de microrganismos do solo, a casca da banana que estava no pote com a terra fértil, se decompôs rapidamente e isso pode ser facilmente percebido pelos jovens. O experimento seguinte, consistiu em um cultivo de microrganismos em Placas de Petri, e foi feito com a mistura de ágar e água destilada, de acordo com as instruções do fabricante para o uso. Depois de solidificado em temperatura ambiente, as Placas de Petri foram expostas ao ar por 15 minutos e incubadas por alguns dias. Foi possível a visualização macroscópica de várias colônias de microrganismos, identificando-as como bactérias ou fungos. Na sequência, foi preparado “microscópio à laser” utilizando uma gota suspensa de agua captada em lagoa, sendo esta perpassada por um feixe de laser comum. Tal fenômeno de refração possibilitou a ampliação dos protozoários presentes na água, sendo estes facilmente visualizados na parede como anteparo. O último experimento preparado para essa intervenção foi a “garrafa fermentada”. Em cada uma das garrafas de plástico, foram colocadas a mesma quantidade de água morna e fermento biológico, sendo cada uma diferenciada pela adição da mesma quantidade de açúcar ou farinha de trigo, logo os balões foram posicionados nos bocais dos frascos e colados com fita adesiva. Com a reação da água e açúcar, os fungos leveduriformes presentes no fermento produziram gás carbônico, que fez com que os balões começassem a encher, e a garrafa que continha açúcar, acumulou mais gás quando comparada a garrafa contendo farinha de trigo, e foi explicado aos participantes que os carboidratos de baixo peso molecular são mais disponíveis para a fermentação. E por fim, todos os participantes se reuniram para uma brincadeira educativa chamada Amoeba Evolution, em que todos os estudantes representavam personagens e cada um deles passavam por fases de evolução dos animais, da ameba aos seres humanos. A cada disputa, o vencedor evoluía, e o perdedor era eliminado do jogo, tendo ao final, apenas um único ser humano. Através de análises dessa oficina, pode-se concluir que, apesar de os conceitos apresentados sobre os microrganismos serem básicos e simplificados, buscou-se desfazer os conhecimentos errôneos sobre o tema. Tanto os interventores, como os estudantes participantes da oficina puderam ter contato com os microrganismos e internalizar tais conhecimentos. Assim, a diversidade de ideias e maneiras dinâmicas e lúdicas de transmitir as experiências, provocam nos jovens, novas oportunidades de aprendizagem, compreendendo a importância dos microrganismos na natureza, além de entenderem que apenas devido a sua existência é possível existir a vida de todos outros seres vivos macroscópicos no Planeta e o infinito potencial para tecnologias inovadoras.