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A meteorologia trabalhada dentro da escola: uma abordagem para o professor e para o aluno

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Há nesse trabalho dois principais eixos de análise: um que une o professor e como este pode ter ferramentas para trabalhar a meteorologia dentro de sala de aula e um segundo pilar que reflete sobre como o aluno perceberá o clima de sua região, uma vez que será apresentado às temáticas e poderá transbordar para seu dia a dia. A abordagem da geografia física muitas vezes está pautada em uma escala global (FURIM, 2012) colocando a escala local de análise do meio ambiente em um patamar abstrato para o aluno. Nesse sentido, trabalhar ainda na escola com o campo da ciência atmosférica, leva a crer que a ciência pode ser vivida e observada no cotidiano do aluno, mas para isso os professores precisarão da assistência e ferramentas para abordagem deste tema específico. Dentre os motivos que levam a crer que o ensino de meteorologia como forma de aproximar o indivíduo ao seu ambiente cotidiano, encontram-se nos seguintes pontos essenciais: (I) utilização de vivência cotidiana: as condições de tempo, previsão de tempo ou a exposição de eventos meteorológicos são conhecimentos científicos que envolvem conceitos de física que podem ser extrapolados para o bem estar, segurança ou conforto da sociedade; (II) a análise da escala local: desenvolver a capacidade analítica é um aliado na identificação de situações de risco ou possíveis intempéries naturais (como chuvas muito fortes, ventanias, enchentes etc) pode resultar num fortalecimento da capacidade de autoproteção; (III) identificação de riscos em escala global: aproveitando das abordagens já existentes dentro de sala de aula, nesse aspecto, não será pautado apenas em aquecimento global, mas também em como a poluição urbana interfere e como ela ocorre, saindo do senso comum. Por último, (IV) desenvolvimento do método científico: o método científico de observação do meio ambiente é a chance que o aluno terá de analisar à sua própria forma o meio em que vive. Este não será pautado apenas no método da meteorologia ou da geografia, mas pode ser extrapolado para campos da arquitetura, ciências sociais, física entre outros. Para que todas essas pautas sejam alcançadas, o trabalho, que ainda está em andamento, visa utilizar como aparato teórico uma série de palestras e experimentações para os alunos, como a observação de nuvens, experiências científica dentro de sala de aula entre outros, enquanto para os professores será confeccionado uma cartilha de orientação, baseada na cartilha Meteorology: An Educator's Resource for Inquiry-Based Learning for Grades 5-9, produzida pela NASA mas ainda sem tradução para o português o que dificulta o acesso uma vez que a língua é uma barreira. As primeiras abordagens com os alunos já ocorreram em forma de questionário, os resultados preliminares indicaram uma grande dificuldade dos alunos em compreender a diferença entre tempo e clima – uma vez que tempo está pautada apenas pelo viés cronológico (horas, minutos e segundos), a dificuldade em saber quais são as estações do ano e em quais períodos ocorrem e, o que mais chamou a atenção, é referente ao medo do meio físico. Os medos pautados sobre o tempo e o clima muitas vezes são vagos e de difícil explicação, onde confunde-se eventos atmosféricos (como furacões e tornados) com eventos geológicos (terremotos e tsunamis) e boa parte relacionado a um cenário de caos e fim do mundo, facilmente relacionável com filmes com pouca base científica e produções Hollywoodianas dos eventos.