52523

PERFlL DE VIRULÊNCIA DE VARIANTES FENOTÍPICOS DE Candida tropicalis ORIGINADOS DE SWITCHING FENOTÍPICO NO MODELO INVERTEBRADO Galleria mellonella.

Favoritar este trabalho

Candida tropicalis é capaz de gerar diferentes morfotipos através do evento epigenético de switching fenotípico. Esse evento é reconhecido como potencial fator de virulência para leveduras por promover adaptabilidade a ambientes adversos. Dada à relevância epidemiológica de C. tropicalis torna-se importante o conhecimento do papel de switching fenotípico no seu potencial de virulência. Larvas de Galleria mellonella possuem semelhanças referentes à imunologia inata quando comparadas a hospedeiros mamíferos. A resposta dessas larvas à infecção com variantes fenotípicos derivados de switching (morfotipos) pode tornar-se uma ferramenta útil no estudo deste evento e sua associação com virulência em C. tropicalis. O presente estudo teve como objetivo avaliar possíveis diferenças nos potenciais de virulência in vivo de morfotipos obtidos a partir do isolado clínico 49.07 de C. tropicalis no modelo de G. mellonella. Os ensaios foram realizados com inóculos de 2x106 células/larva do isolado parental de morfologia lisa e com os variantes epigenéticos de morfologia estruturada, denominados anel e rugoso. A curva de sobrevivência foi realizada num período de dez dias, com observações de doze em doze horas. Esta análise revelou que o morfotipo anel foi o mais virulento quando comparado ao parental e ao variante rugoso. Neste estudo foi também avaliada a capacidade de diferenciação em formas filamentosas durante a infecção e a carga fúngica, baseada na determinação de unidades formadoras de colônias (UFC). Após recuperação da hemolinfa observou-se que o morfotipo anel foi o que apresentou maior capacidade de diferenciação celular e em relação à carga fúngica, esse morfotipo também mostrou maiores valores de unidades formadoras de colônia após 24 horas de infecção. Conclui-se que além das diferenças morfológicas, existem diferenças associadas à virulência entre diferentes morfotipos epigenéticos de C. tropicalis, e que estudos complementares são necessários para que se possa melhor elucidar os mecanismos responsáveis por tais diferenças.