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O TIPO DO REVESTIMENTO DE COLCHÕES HOSPITALARES INFLUENCIA NA TRANSMISSÃO DE PATÓGENOS?

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O leito hospitalar, incluindo o colchão, por meio do contato direto com o paciente pode tornar-se contaminado por microrganismos resistentes e se transformar em reservatório contribuindo para contaminação horizontal. Acinetobacter baumannii é um patógeno que tem se destacado por sua grande versatilidade em sobreviver em diferentes condições e por sua alta resistência aos agentes antimicrobianos. Desta maneira o objetivo do estudo foi avaliar a sobrevivência de três isolados clínicos de A. baumannii utilizando amostras de dois tipos de revestimento de colchão. Nós comparamos a sobrevivência, durante 120 dias, de três isolados clínicos de A. baumannii, incluindo amostra sensível (Ac-14), resistente aos carbapenêmicos (Ac-585) e resistente aos carbapenêmicos e polimixina B (Ac-576). Como modelo experimental foram utilizadas amostras 10x20mm dos seguintes materiais: colchão 1 (Facto® Med -camada de poliuretano (gramatura 0,40) sobre malha de poliéster) e colchão 2 (Napa – laminado de PVC (gramatura 0,33) sobre malha de poliéster), contaminados com 10µL da suspensão bacteriana, contendo aproximadamente 1.000.000 de UFC. Durante o experimento a temperatura média foi de 26,3ºC e a umidade média do ambiente foi de 66,6%. Uma maior sobrevivência das bactérias foi observada no colchão 2 (79,7 dias em média), enquanto no colchão 1 a média foi de 37 dias. Ac-14 (sensível) apresentou tempo de sobrevivência praticamente igual entre os colchões, sendo 45 dias no colchão 1 e 46 dias no colchão 2. Já as bactérias Ac-585 e Ac-576 apresentaram mais de 50 dias de diferença na sobrevivência entre os dois colchões, onde Ac-585 permaneceu viável por 25 dias no colchão 1 e 80 dias no colchão 2 e Ac-576, 41 dias no colchão 1 e 113 dias no colchão 2. A maior sobrevivência no colchão 2 aponta para o fato de que a qualidade do material pode influenciar na permanência dos microrganismos. Além disso, a sobrevivência dos dois isolados resistentes e mais ainda do resistente à polimixina B em colchões alerta para que o processo de descontaminação do ambiente ao redor do paciente seja realizado com muito critério e qualidade.