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IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE CEPAS DE Paracoccidioides spp DAS REGIÕES CENTRO-OESTE E SUDESTE, BRASIL

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Paracocidioides brasiliensis e P. lutzii (Onygenales, Ascomycota) são fungos termo-dimórficos, associados a vertebrados, responsáveis pela paracoccidioidomicose (PCM), uma micose sistêmica importante na América Latina. A obtenção de isolados regionais é importante para a produção de imunoreagentes, sendo que pela primeira vez são isoladas cepas de tatus no Estado de Mato Grosso, onde ocorrem muitos casos de PCM. Neste trabalho, nos propomos a identificar molecularmente cepas de Paracoccidioides spp isoladas de tatus Dasypus novemcinctus. Após obter autorização da comissão de ética (CEUA) e do ICMBIO, os animais foram capturados nos municípios de Botucatu-SP, Barra Bonita – SP e Alta Floresta – MT. Seus órgãos foram fragmentados, baço (2.233), fígado (5.681) e linfonodos mesentéricos (767) e cultivados em Mycosel Agar (35ºC). Para confirmação microscópica das células semelhante a Paracoccidioides spp, as lâminas foram coradas com Lactofenol Azul Algodão e visualizadas no microscópio (40x). O DNA genômico foi extraído de leveduras com 7 dias de crescimento. A região ITS1-5,8S-ITS2 foi amplificada, visualizada em gel de agarose, purificada e sequenciada. A edição dos eletroferogramas e as construções filogenéticas foram feitas no software MegaV6.0 e a identificação final foi feita com a ferramenta BLASTn do National Center for Biotechnology Information (NCBI). Dos 7 animais capturados, 6 foram positivos para P. brasiliensis e os isolados de ambas as regiões geográficas foram identificados (99-100%) como P. brasiliensis. A análise filogenética demonstra que essas novas cepas se agrupam com genótipos de P. brasiliensis do grupo S1, inclusive com sequencias humanas que estão depositadas no GenBank. Os isolados de Alta Floresta foram separados filogeneticamente das cepas de São Paulo, pela região ITS. Uma das cepas de Botucatu/SP apresentou alterações de bases na região ITS1-5.8S-ITS2 o que poderia indicar que um mesmo animal pode ser infectado por diferentes genótipos. A espécie S1 predomina nas regiões pesquisadas contribuindo assim, para a obtenção de isolados regionais e o mapeamento de novas áreas de ocorrência do patógeno. Até esse momento P. lutzii não foi isolado de tatus (D. novemcinctus).