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DETECÇÃO DE MUTAÇÕES NOS GENES rpoB, katG E inhA EM ISOLADOS DE Mycobacterium tuberculosis.

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A tuberculose (TB) é uma doença antiga que continua como problema de saúde pública, particularmente nos países em desenvolvimento. A emergência de isolados de Mycobacterium tuberculosis resistentes aos antibióticos rifampicina e isoniazida, atualmente utilizados no tratamento da TB, principalmente em co-infecção com o HIV é uma grande preocupação no controle da doença e, neste sentido, o presente trabalho teve como objetivo detectar mutações nos genes rpoB, katG e inhA relacionados com resistência aos fármacos rifampicina e isoniazida em isolados de M. tuberculosis selecionados na micobacterioteca do Laboratório de Bacteriologia Médica da Universidade Estadual de Maringá. A extração de DNA foi feita utilizando o kit Genolyse®, posteriormente, 5µL do DNA extraído foram utilizados para a amplificação com primers biotinilados em termociclador automático de acordo com o protocolo. A detecção das mutações nos genes foi realizada usando o kit GenoType MTBDRplus/DNA STRIP. Sabe-se que mutações no gene rpoB conferem resistência ao antibiótico rifampicina, e mutações nos genes katG e/ou inhA conferem resistência ao antibiótico isoniazida. Dos 27 isolados selecionados, foi detectada resistência à rifampicina em nove isolados, que apresentaram mutações no gene rpoB, sendo sete mutações S531L, uma mutação D516V e uma mutação H526T; com relação à isoniazida, foi detectada resistência em 24 isolados, nos quais foram detectadas mutações no gene katG em 22 isolados, todas S315T, e apenas dois isolados com mutações C15T no gene inhA. Em síntese, 17 isolados apresentaram resistência a apenas um dos fármacos, oito isolados apresentaram resistência a ambos os fármacos, e em apenas dois isolados não houve detecção de mutação em nenhum dos três genes analisados confirmando a sensibilidade aos fármacos rifampicina e isoniazida. A partir dos resultados obtidos, pôde-se observar que a mutação mais frequente foi detectada no gene katG, ou seja, dentre os isolados analisados, 81,5% apresentaram resistência à isoniazida, e conclui-se que a resistência a este fármaco foi mais frequente do que à rifampicina.