Anais do Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica / Congresso Fluminense de Pós-Graduação
Anais do XIII Congresso Fluminense de Iniciação Científica e Tecnológica / VI Congresso Fluminense de Pós-Graduação

A Mata Atlântica é composta por diferentes fitofisionomias com características contrastantes em relação à disponibilidade hídrica. A Floresta Ombrófila Densa (FOD) é caracterizada como um ambiente úmido com altos índices pluviométricos, a Floresta Estacional Semidecidual (FES) apresenta um inverno seco marcado pela queda das folhas de grande porcentagem de suas espécies, enquanto a Restinga (RES) mostra um ambiente com características severas e aspecto xeromórfico, devido à baixa disponibilidade hídrica, dada apenas em pulsos de precipitação. Dessa forma, fica evidente a formação de um gradiente hídrico, sendo a FOD o ambiente mais úmido, a FES o ambiente intermediário, e a RES o mais seco. Apesar da disponibilidade hídrica heterogênea entre essas fitofisionomias, algumas espécies conseguem se aclimatar e ocorrer simultaneamente nessas áreas, como é o caso de Pseudobombax grandiflorum; Inga laurina e Pera glabrata. Sendo assim, a proposta do projeto é avaliar a plasticidade e integração do fenótipo dessas espécies e respostas anatofuncionais impostas por este gradiente hídrico. Para isso, serão selecionados cinco indivíduos e dos quais serão coletadas 25 folhas e 2 amostras do lenho nas três áreas. Serão realizadas análises integrativas dos atributos morfológicos, anatômicos e fisiológicos do continuum folha-lenho de forma comparativa entre os ambientes (FOD, FES e RES). A metodologia utilizada será a usual dos protocolos de anatomia e fisiologia vegetal. A partir desse trabalho esperamos encontrar respostas divergentes em função da variabilidade hídrica de cada área, o que pode levar à expressão de fenótipos contrastantes em função da heterogeneidade hídrica entre as três fitofisionomias. O estudo da plasticidade hídrica em plantas é profundamente relevante tendo em vista as constantes alterações climáticas que o planeta tem enfrentado, podendo fornecer subsídios futuros para manutenção e desenvolvimento de espécies mais resistentes às altas temperaturas e seca. Além de contribuir para compreensão da formação florística das fitofisionomias da Mata Atlântica bem como auxiliar em possíveis processos sucessionais de restauração de áreas degradadas do bioma.