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Dentre todos os indicadores da dinâmica econômica, sem dúvida aqueles ligados ao emprego possuem lugar central para a melhor avaliação do impacto das conjunturas e processos econômicos na vida concreta da população. Isto posto, o presente trabalho tem o propósito de analisar a evolução do mercado de trabalho formal fluminense entre 1985 e 2019, de modo a correlacionar com o principal do estado da arte sobre a economia fluminense e seus rebatimentos territoriais, e avaliar o impacto da crise a partir de 2015 nesse indicador que afeta diretamente no padrão de renda da população. A pesquisa é amparada nos dados brutos do Relatório Anual de Informações Sociais (RAIS), a partir dos quais procedemos alguns cálculos aritméticos para apreender da melhor forma possível o movimento do mercado de trabalho ao longo do período. Averígua-se que, setorialmente, o Estado do Rio de Janeiro (ERJ) vem se especializando na indústria extrativa mineral e em atividades alavancadas pela cadeia produtiva de petróleo e gás, que todavia foi a responsável pela contratação mais opípara de profissionais de nível salarial mais elevado. De modo geral, o Município do Rio de Janeiro (MRJ), dada sua macrocefalia, é o principal responsável pelo caráter retardatário do mercado de trabalho formal fluminense. Contudo, o crescimento do interior foi concentrado em alguns poucos municípios – que estão quase na sua totalidade, ligados ao MRJ por meio de eixos rodoviários de fácil acesso, articulando os municípios dinâmicos ou de mercado de trabalho de maior porte ao espaço metropolitano. A crise a partir de 2015 inicialmente causou estragos em quase todos os municípios fluminenses, mas foi principalmente naqueles que se destacaram na expansão entre 2000 e 2014 que o impacto foi mais profundo. Com a apreciação dos dados, a principal conclusão a ser tirada é que desde 1985, seja nos ciclos de crise ou relativa estagnação da economia brasileira, seja nos ciclos de expansão, a economia fluminense, no tocante ao emprego, vem passando por sustentado processo de perda de participação relativa, frente às demais unidades da federação. Ao que tudo indica, o retorno do ERJ para um novo ciclo expansivo depende de uma série de fatores endógenos e exógenos. A capacidade de articulação política, econômica e institucional dos fluminenses continua sendo um fator deveras fundamental para se construir novas perspectivas para o estado. Estima-se que o estado continuará dependente do segmento petrolífero, haja visto a localização do pré-sal situar-se, em grande parte, agora no litoral sul fluminense. Mas o aproveitamento desse potencial depende ante de tudo do estado da política em Brasília.
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