Avaliação comportamental de camundongos BALB/c infectados com cepas atípicas de Toxoplasma gondii oriundas da região Norte Fluminense, Brasil

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Resumo

A infecção por cepas cistogênicas de Toxoplasma gondii pertencentes a linhagens clonais é amplamente associada a alterações comportamentais em modelos murinos. Destacando-se hiperatividade, aumento no comportamento exploratório, ansiogênese e perda da aversão inata a predadores (geralmente associada a atração pela urina felina). Entretanto, nada se sabe sobre o efeito infectante de cepas não-clonais nas modificações comportamentais. Neste sentido, este trabalho buscou avaliar de forma comparativa o efeito da infecção crônica dos isolados ToxoDB RFLP genótipo #19 e ToxoDB RFLP genótipo #21 com cepas representantes clonais ME49 (tipo II) e VEG (tipo III) sob o comportamento de camundongos BALB/c. Para isso, 120 camundongos isogênicos BALB/c machos, 8 semanas, foram divididos em cinco grupos, com cada grupo contendo 24 animais distribuídos igualmente em seis gaiolas: G1 – Controle; G2 – VEG; G3 – ME49; G4 – Genótipo #19; G5 – Genótipo #21. Cada animal foi inoculado por gavage com 15 cistos teciduais referente a cepa do grupo, com exceção dos animais do Grupo 1, que receberam 100 ul de PBS estéril. Todos os grupos na 20ª semana após a infecção foram submetidos aos testes comportamentais: Labirinto em cruz elevada (LCE) - Campo aberto (CA); suspensão pela cauda (SC); e Labirinto em Y (LY), para avaliação da atividade locomotora e exploratória, ansiedade, depressão e atração pela urina de felinos. Como resultados do LCE-CA obtivemos que camundongos infectados por cepas clonais e não clonais tendem a passar mais tempo no centro da arena (CA) que animais não infectados, não sendo demonstrado alteração na atividade locomotora dos animais a partir da distância percorrida na arena. Esses resultados sugerem diminuição da ansiedade e do medo inato generalizado, já que institivamente os animais não infectados evitaram o centro. Em adição os animais pertencentes aos grupos não-clonais, principalmente #19, apresentaram maior comportamento associados a avaliação de riscos, sugerindo conflito entre exploração e ansiedade. No SC apenas o grupo da cepa #21 apresentou menor tempo de mobilidade quando comparado aos demais grupos, apontando comportamento depressivo. No teste de odor (LY) os animais infectados apresentaram uma clara preferência pelo compartimento do odor neutro, não sendo encontrado atratividade ao odor do predador felino. Dessa forma, nossos dados demonstram que a infecção por cepas não clonais promove maior modificação comportamental comparado a infecção pelas cepas clonais. Contudo, demais estudos são necessários para consolidação desses resultados.

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Instituições
  • 1 Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro
  • 2 Universidade de São Paulo
  • 3 Universidade Estadual do Norte Fluminense
Eixo Temático
  • 1.1 UENF - Ciências Biológicas
Palavras-chave
Toxoplasma gondii
Cepas atípicas
Alterações comportamentais