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Paradoxos e diálogos do Absurdo: um confronto com uma perspectiva inferencial

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A Lógica Clássica, considerada por Aristóteles como a forma correta do argumento, postula que propriedades lógicas devem levar a uma conclusão verdadeira. Autores como Douglas Walton (1986) e Costa (2008, 2014) acreditam que, para a Linguagem Natural, é preciso uma lógica da linguagem, ou seja, uma lógica informal. Paradoxos têm grande importância para debates filosóficos por proporcionarem argumentos (SAINSBURY, 1995; SORENSEN, 2003). Behle (2015) demonstra a possibilidade de paradoxos lógicos serem aceitos no contexto comunicativo. Diálogos do Absurdo, como, por exemplo, textos do Teatro do Absurdo (de dramaturgos como Beckett e Ionesco), também parecem ter a característica dos paradoxos, pois aparentemente sua estrutura dialógica não segue o princípio cooperativo e as máximas conversacionais de Grice (1975) e os princípios cognitivo e comunicativo de relevância (SPERBER; WILSON, 1995, 2005). O objetivo principal deste trabalho, gatilho de uma pesquisa de doutoramento, é analisar se a estrutura dialógica e o contexto proporcionam uma solução para o paradoxo e o aparentemente absurdo na linguagem natural. Costa (2008), destaca que a ideia de custo de processamento e benefício cognitivo da Teoria da Relevância muitas vezes não são seguidas na linguagem do cotidiano, da mesma forma que acreditamos ocorrer com diálogos paradoxais e textos do Absurdo.