64375

O cárcere e catarse da mulher no conto O Papel de Parede Amarelo

Favoritar este trabalho

Escrito pela estadunidense Charlotte Perkins Gilman no final do século XIX, o conto O Papel de Parede Amarelo traz uma voz feminina em primeira pessoa relatando seu sofrimento com a depressão. Uma voz que é levada pelo marido médico a uma casa de verão onde é isolada da sociedade. De acordo com seu marido, esse isolamento seria a sua cura. Resta-lhe apenas observar o papel de parede amarelo do quarto que hospeda. Um hábito que passa a ser a sua obsessão. Na tentativa de desvendar cada detalhe do papel de parede, percebe que está presa em um relacionamento abusivo. A partir deste momento, ela procura libertar-se. O fato do texto de Gilman ser sobre a desigualdade entre homem e mulher é um possível motivo para ele ter sido categorizado pelos críticos na época como uma narrativa de aberração e rejeitado por alguns editores. Gilman, que fez parte da busca pelos direitos das mulheres até sua morte em 1935, teve este conto redescoberto na década de 70 tornando-se um clássico da literatura feminista. O foco desta análise é a voz feminina silenciada, subalterna e marginal em uma sociedade onde a voz masculina prevalece e como essa voz feminina uniu forças ao longo dos anos em busca da igualdade social entre homens e mulheres. Gayatri Spivak, Judith Butler e Zygmunt Bauman são algumas das vozes essenciais para embasar este estudo.