Planilha de risco cardiovascular como ferramenta de gestão na ESF

A Estratégia de Saúde da Família (ESF) é um modelo assistencial baseado na vigilância à saúde de uma população adscrita a um território. O monitoramento dos pacientes diabéticos e hipertensos, condições sensíveis à atenção primária, deve concentrar a atenção das equipes de ESF, evitando casos agudos, internações, danos permanentes e óbitos por estas causas. Essa experiência é de uma das equipes da UBS Paraisópolis 2, situada numa comunidade da cidade de São Paulo, que possui 6 equipes ESF e abrange um território de 22 mil pessoas. A UBS é administrada pelo Hospital Israelita Albert Einstein, que orienta a utilização de uma planilha padronizada de Risco Cardiovascular (RCV) por cada equipe. O relato de experiência se inicia a partir da entrada de novos profissionais de nível superior, médica e enfermeira, em uma das equipes. A substituição de profissionais demanda a prioridade do cuidado com as pessoas de maior risco e, no caso de hipertensos e diabéticos, a planilha direcionou o trabalho das profissionais sem que houvesse descontinuidade no acompanhamento dos casos. Foi iniciada a busca ativa de pacientes classificados como alto risco e faltosos, para que fossem reavaliados e estabelecessem vínculo com as novas profissionais. A partir dessa reavaliação, foram identificadas diversas possibilidades de mudança no plano de cuidados e prescrições. Houve redefinição de RCV de pacientes e troca de medicações, com retirada de estatinas e anticoagulantes prescritos desnecessariamente, além da preferência por Hidroclorotiazida e Enalapril. Concluímos que planilhas são instrumentos que direcionam o trabalho dos profissionais na ESF, não somente os que estão na equipe, mas também os novos profissionais. É um instrumento que consolida informações, facilita identificação de pacientes em maior risco e possibilita a tomada de decisões na busca ativa dos casos. Sendo assim, sua utilização deve ser estimulada e incorporada à rotina de trabalho dos profissionais.