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Introdução A implementação da equipe se iniciou em fevereiro de 2017, no bairro Buritis II, de Planaltina (DF). A área adscrita é de bastante vulnerabilidade social. Logo se notou que muitos pacientes com doenças crônicas tomavam múltiplas classes de medicações para o controle das suas doenças. Objetivo Relatar a forma como os pacientes guardam suas medicações e discutir os possíveis impactos na adesão aos tratamentos. Descrição da experiência Quando se começaram a fazer visitas domiciliares, a equipe técnica teve a lucidez de pedir para que os pacientes mostrassem os remédios que tomavam. Alguns pacientes com múltiplas drogas traziam-nas em uma grande caixa: de sapato, de sorvete ou de recipiente plástico. Na caixa, também costumam coabitar analgésicos, anti-inflamatórios ou comprimidos de receitas antigas, já proscritas. Boa parte dos pacientes, constrangidos, confessavam que não tomavam as medicações conforme prescrito. Uma paciente chegou a relatar que quando acordava “pegava uns três” remédios quaisquer da caixa e “outros dois” à tarde. Discussão Pelos dados iniciais de cadastramento, estima-se que o analfabetismo estrito atinge mais de 30% da população com mais de 60 anos de idade. Sem estratégias adequadas de armazenagem e identificação, é difícil para essas pessoas reconhecer e diferenciar as suas medicações de uso diário. Conclusão A equipe percebeu que precisa avançar na educação em saúde da população, além de criar estratégias para garantir a adesão aos tratamentos. A técnica de desenhar um Sol e uma Lua é um passo inicial. Programar visitas domiciliares para pacientes com dificuldade de compreensão é outro. Todavia, sem dúvida, o maior ensinamento são os limites da atenção limitada ao consultório.