82094

Inserção e distribuição dos fonoaudiólogos no SUS: insuficiência e disparidade

Favoritar este trabalho

A criação do SUS trouxe um novo paradigma de saúde e gerou a reorganização do sistema vigente, além da discussão sobre a formação dos profissionais. O deslocamento do olhar da doença para o sujeito e seu meio trouxe impacto profundo na produção de cuidado em saúde. O fonoaudiólogo historicamente apresenta atuação clínica e reabilitadora, que não vai de encontro ao novo modelo de saúde vigente no país. Como profissão reconhecida há 36 anos, a Fonoaudiologia está em processo de construção da sua identidade para atuação no sistema público de saúde. Apesar da inserção incipiente, a demanda por fonoaudiólogos no sistema público de saúde apresenta crescimento nos últimos anos, trazendo a tona a discussão do dimensionamento profissional desta categoria e sua importância na rede de atenção à saúde. Assim, o objetivo do trabalho é descrever a distribuição de profissionais de Fonoaudiologia no SUS nos Estados de São Paulo e de Minas Gerais. Para tanto, foram analisados dados secundários dos bancos de informações públicos do Ministério da Saúde e do IBGE, além de publicações recentes acerca do tema. Há indícios de disparidade na distribuição dos profissionais de na rede pública de saúde. A expansão da atuação da Fonoaudiologia na Saúde Pública é carente de embasamento para discussão da necessidade da inserção deste profissional nos diversos níveis de atenção do sistema de saúde. Critérios para o dimensionamento de profissionais de Fonoaudiologia pode ser instrumento importante neste sentido. A partir de um dimensionamento adequado é possível adequar a organização da oferta destes profissionais para a população, uma vez que o fonoaudiólogo é habilitado para atuação em todos os níveis de atenção à saúde e em todas as fases da vida, contribuindo para a aquisição e manutenção da comunicação humana, importante fator para participação ativa de cada sujeito na sociedade.