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A valorização do tratamento do parceiro na luta contra sífilis

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A sífilis é uma doença crônica infectocontagiosa cuja incidência vem aumentando exponencialmente até mesmo em gestantes, levando ao nascimento de crianças com sífilis congênita. Foi realizado um estudo retrospectivo a partir das fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) que tem como objetivo principal a compreensão das causas deste aumento no município de Joinville-SC. Foram analisados 148 casos de sífilis em gestantes, destes 28 em 2010 e 114 em 2015, observando-se o crescimento do número de casos em aproximadamente 400% no período de 5 anos. A informação de maior relevância foi a de que todas as gestantes notificadas receberam tratamento nos anos considerados, o que não foi observado em relação aos seus parceiros. Com valores próximos a 47%, o índice de tratamento do parceiro permaneceu inalterado após os 5 anos citados, evidenciando a necessidade de adotar medidas eficazes. O baixo índice deveu-se, sobretudo, à não convocação do parceiro à UBS (2010) e à perda de contato com a gestante (2015). O pleno tratamento das gestantes possui grande impacto social para evitar consequências como a sífilis congênita. Entretanto, a questão referente ao tratamento do parceiro necessita de reformulação social, englobando aspectos como o empoderamento da mulher e educação sexual para evitar a transmissão horizontal e reinfecção, pois o diagnóstico de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST’s) provoca discussões acerca de sexualidade, preconceito e infidelidade. Os fatores psicossociais possuem grande influência no sucesso do tratamento da sífilis de forma global, envolvendo a gestante e seu parceiro. A relutância em aceitar a sífilis pelo parceiro precisa ser combatida por meio de estratégias de prevenção e assistência, e a participação deste deve ser estimulada a fim de que o companheiro tenha um conhecimento real do problema e passe a exercer uma paternidade responsável.