ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

A Estratégia de Saúde da Família é responsável por coordenar o cuidado dentro da rede do Sistema Único de Saúde e por oferecer acompanhamento integral e longitudinal à população e é composta por equipes de saúde da família, atualmente com mais de 320 mil trabalhadores que atendem cerca de 118 milhões de pessoas no Brasil. Trata-se de um estudo de revisão de literatura do período de 2003 a 2016, em que foram utilizados os descritores: Estresse, Processo de Trabalho, Estratégia Saúde da Família e Burnout. Teve como objetivo descrever o estresse no processo de trabalho das equipes de Saúde da Família. Foram selecionados 04 artigos, 01 tese, 02 revistas eletrônicas e 03 manuais do Ministério da Saúde. Após leitura criteriosa do material, foi apreendida a categoria, o cotidiano do trabalho da equipe de Saúde da Família: fator de estresse? O estudo sinaliza que as equipes de saúde da família possuem diversas e complexas demandas de trabalho, o que pode ocasionar o estresse. Estes, ao desenvolverem o estresse elevado, apresentam maior predisposição para a síndrome de Burnout (desgaste emocional, despersonalização e sentimento de incompetência), assim como ficam vulneráveis a problemas de saúde como fadiga, insônia, ansiedade, depressão, obesidade, doenças coronarianas, diabetes, neoplasias, distúrbios psicossomáticos e uso abusivo de drogas. Isso leva ao comprometimento da atenção à saúde, com consequente diminuição da qualidade dos resultados clínicos junto aos usuários e aumento da insatisfação destes, com a atenção à saúde oferecida, prejudicando assim, a efetividade da assistência e o funcionamento adequado do sistema de saúde. O estudo conclui que o estresse prejudica o processo de trabalho em saúde, ou seja, o modo como são desenvolvidas as atividades profissionais, e que devem ser implementadas formas de enfrentamento aos estressores individuais e coletivos no intuito de evitar e/ou amenizar o desenvolvimento do estresse.