ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

Objetivos: Identificar o percentual de óbitos maternos por causas cardiovasculares, segundo as variáveis de raça e categorias de problema de saúde na faixa etária de 10 a 49 anos no período de 2006 a 2016 no estado de Goiás. Material / Métodos: Estudo ecológico retrospectivo da proporção de óbitos maternos por causas cardiovasculares, notificados em Goiás no período de 2006 a 2016. Os dados foram obtidos nas estatísticas de mortalidade materna conforme o Código Internacional de Doenças (CID10), publicadas pelo DATASUS do Ministério da Saúde. Resultados: De acordo com os dados obtidos, no período de 2006 a 2016 ocorreram 130 óbitos maternos por causas cardiovasculares em Goiás. Ocorreram 48 (36,9%) óbitos por Eclâmpsia; 40 (30,8%) óbitos por Hipertensão Gestacional (induzida pela gravidez) com proteinúria significativa; 16 (12,3%) por Hipertensão materna não especificada; 12 (9,2%) por embolia de origem obstétrica; 9 (6,9%) por Hipertensão gestacional (induzida pela gravidez) sem proteinúria significativa; 3 (2,3%) por complicações venosas no puerpério e 2 (1,6%) óbitos por Hipertensão pré-existente complicando a gravidez, parto e puerpério. A faixa etária mais atingida foi a de 20 a 29 anos com 64 (49,2%) óbitos, seguida por 30 a 39 anos com 45 (34,6%), 15 a 19 anos com 11 (8,5%); 40 a 49 anos com 9 (6,9%) e 10 a 14 anos com 1 (0,8%). A raça mais atingida foi a parda com 64 (49,2%), seguida da branca 38 (29,2%), preta 18 (13,9%), ignorados 8 (6,2%) e amarela 2 (1,5%). Conclusão: Constata-se dificuldade em reduzir o número de mortes maternas por doenças cardiovasculares um assunto de causas múltiplas e fatores sociais difíceis de serem alteradas, principalmente em relação à falta de acesso aos serviços de saúde e condução dos casos graves. Imperativo relatar que são óbitos evitáveis com estratégias já disponíveis no Sistema Único de Saúde.