ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

A expansão da cobertura da Estratégia Saúde da Família (SF) após o Programa Mais Médicos (PMM) em cidades com dificuldade de fixação de médicos apresenta cenários que podem ampliar a discussão das potencialidades em orientar a organização do SUS. Objetiva-se apresentar reflexões profissionais na auto-avaliação profissional para o cuidado integral na perspectiva da intersetorialidade. Trata-se de uma pesquisa (CAAE: 51340215.0.0000.5166) de cunho qualitativo realizada em um município do interior do estado de Mato Grosso, referência na alocação de profissionais do PMM. O campo de estudo foi composto por 10 unidades SF. Participaram do estudo, 78 profissionais que atuavam na atenção primária e estavam em efetivo exercício nas unidades de saúde. Os dados foram coletados no período de Junho a Agosto de 2016, utilizando a técnica de grupo focal. Na análise destacou a posição da SF na rede assistencial e a intersetorialidade foi pesquisada quanto aos campos de atuação, abrangência, setores envolvidos, presença de colegiados, e iniciativas das equipes. Problemas relacionados à integração do sistema e coordenação dos cuidados foram identificados. A integração da SF na rede de serviços procura regular, mas a garantia de acesso aos diversos níveis de atenção com mecanismos formalizados de referência e a coordenação das ações pela equipe de APS, não tem garantido o cuidado contínuo e o acesso aos outros níveis. A maioria dos médicos e enfermeiros reconhece a existência das centrais de marcação de consultas especializadas, mas pontuam que a garantia do agendamento nem sempre acontece em maior agilidade de atendimento. Os profissionais reconhecem que o território local é a base das iniciativas de articulação intersetorial para consolidar redes locais de serviços. É necessário um investimento para uma integração, coordenação e continuidade dos processos interrelacionados no âmbito do sistema de saúde, da atuação profissional e da experiência do paciente.