ANAIS DO 15º CONGRESSO BRASILEIRO DE MEDICINA DA FAMÍLIA E COMUNIDADE

A cada dia que se passa ao redor de todos, pode ser visto um mundo cada vez mais heterogêneo, principalmente a despeito das opções sexuais. O desprezo com a sociedade LGBT no atual quadro social se torna cada vez mais preocupante aos olhos das equipes de saúde. Em um âmbito mais abrangente, dentre as inúmeras diferenças que o assunto da transexualidade aborda, destacamos um importante fator de debate, norteado sobre os aspectos de desacordo entre sua expressão de gênero, orientação sexual e seu sexo biológico. Diante desse cenário, para as pessoas transexuais que precisam utilizar os serviços públicos de saúde, existe uma preocupação de, caso isso ocorra, o Estado venha a se desobrigar de custear as cirurgias de modificações corporais e outros tratamentos, como, por exemplo, o tratamento hormonal5. A população LGBT tem historicamente sofrido com a exclusão social e a discriminação. Segundo pesquisas já realizadas, mais da metade dos paulistanos já viveram ou presenciaram cenas de preconceito contra o público LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros) em espaços públicos na cidade de São Paulo1. Esse problema, no entanto, tem sido recorrendo não apenas em São Paulo, mas em todo o Brasil. Em vista disso, a Unidade Especializada no Processo Transexualizador (UEP PRO TRANS) de Guarulhos/São Paulo foi criada em 2017, diante da demanda para hormonioterapia, cirurgia de transgenitalização e outras intervenções somáticas e/ou sempre que houver sofrimento psíquico acentuado. Além de, ainda, garantir a atenção em saúde e cuidados decorrentes do uso prolongado de hormônios femininos e masculinos para travestis e transexuais3. A diversidade sexual tem, legitimado inúmeras formas de expressar sua identidade e orientação sexual, ela vem marcada pela conservação de um termo que mascara a desigualdade social4. A diversidade tem, portanto, inúmeras acepções e correlações, tornando-se por fim, também uma demanda de saúde pública.